segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Custo médio de dívida pública registra primeira queda no ano

A crise internacional trouxe consequências ao perfil da dívida pública federal. Pela primeira vez no ano, o custo médio da dívida pública mobiliária interna caiu. Por outro lado, a valorização do dólar pode fazer com que a participação dos títulos remunerados pela taxa de câmbio fique abaixo do piso estabelecido pelo Tesouro Nacional. O custo médio, no acumulado dos últimos 12 meses, caiu de 12,79% ao ano em setembro para 12,66% no mês passado devido à expectativa de queda nas taxas de juros e desacelaração no ritmo da inflação, a primeira desde janeiro, mostrou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira. "Esse custo médio, que vinha ascendente, fez uma inflexão no mês de outubro devido à expectativa de menores taxas e os indicadores de inflação de outubro de 2011 terem caído em relação a 2010", afirmou o coordenador-geral da Dívida Pública, Fernando Garrido. No mês passado, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,43%, ante 0,53% em setembro. A elevação do dólar fez o Tesouro analisar com mais cuidado a dívida atrelada ao câmbio. No estoque da dívida pública total, esses papéis somaram R$ 71,27 bilhões, ou 3,95% do volume, queda em relação a setembro, quando o valor estava em R$ 83,31 bilhões. O governo estimou que, para os títulos com rendimento garantido por moedas estrangeiras, a participação no total do estoque fique entre 4% e 6%. Garrido admitiu, no entanto, que esse percentual pode não ser cumprido. A alta do dólar também afetou o programa de recompra da dívida externa. Em setembro e outubro, foram desembolsados R$ 146 milhões, ante R$ R$ 1,14 bilhão entre julho e agosto. Em maio e junho, foram R$ 952 milhões desembolsados, de acordo com os dados do Tesouro. "Com a elevação da cotação do dolar, os precos em reais ficaram mais caros. Aumentou o valor e o Tesouro diminuiu o ritmo de recompra," afirmou Garrido. O coordenador da dívida informou ainda que o Brasil decidiu antecipar um pagamento de R$ 4,7 bilhões ao Bird (Banco Mundial). A dívida pública mobiliária federal interna cresceu 0,51% em outubro frente a setembro, atingindo R$ 1,733 trilhão. No mês passado, o governo fez um resgate líquido no valor de R$ 6,66 bilhões e a apropriação de juros foi de R$ 15,37 bilhões.

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