quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Oferta de médicos na rede privada é quatro vezes maior que a do SUS

Estados da região Norte e Nordeste têm maior presença de médicos por usuário na rede privada que na pública em comparação com as demais regiões do País. O diagnóstico é do levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), divulgado nesta quarta-feira. O estudo propõe a criação de um índice para medir as disparidades de abastecimento do SUS e da rede particular. Chamado de IDPP (Indicador de Desigualdade Público/Privado), o índice é a razão entre o número de postos de trabalho médico ocupado na rede privada por 1.000 habitantes, sobre o número de postos ocupados na rede pública por 1.000 habitantes. No Brasil, essa razão é 3,9, o que significa que a presença médica na rede privada é 3,9 vezes a presença na rede pública, sempre considerando a população atendida por cada rede. Nessa conta, aparecem as disparidades regionais. Apenas o Sudeste fica abaixo da média, indicando uma igualdade maior de abastecimento de médicos no SUS e na rede particular (2,31). O Nordeste é o campeão do índice, chegando a 6,77. É seguido pelo Centro-Oeste (6,26), pelo Sul (5,9) e pelo Norte (5,26). Entre os Estados, a diferença sobe. Na Bahia, o índice atinge 12,09. O Estado do Rio de Janeiro é o menor, ficando em 1,63. "O resultado não mostra se há sobra ou falta de médicos nesses Estados, mas aponta que os cariocas que utilizam o serviço público contam com um número de médicos bastante próximo daqueles que se valem de planos privados de saúde. Já entre os baianos, há uma enorme diferença entre essas duas populações, com grande desvantagem para os usuários do SUS", argumentam as entidades no levantamento.

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