terça-feira, 8 de novembro de 2011

ONG de ex-filiada do PDT recebeu R$ 11,2 milhões

Uma entidade presidida por uma ex-filiada do PDT recebeu este ano R$ 11,2 milhões do Ministério do Trabalho. Desde 2005, o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) ampliou em mais de 500% os recursos recebidos da pasta. A instituição é dirigida por Jorgette Maria Oliveira, que diz ter deixado o partido no final dos anos 1980. No cadastro do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo ela consta como filiada de 1987 a 2009. O Ceat aparece em relatório da Controladoria Geral da União que aponta irregularidades na execução de convênios firmados pelo ministério com 26 ONGs . Baixa taxa de execução do convênio, com alta taxa de evasão, falta de controle referente à inserção no mercado dos trabalhadores após o curso de qualificação e falta de estrutura física para boa realização das aulas foram alguns dos problemas citados pelos auditores em relação aos serviços prestados pelo Ceat. Os convênios que a ONG têm com o ministério são na área de intermediação e qualificação de mão de obra. São 15 centros de atendimento ao trabalhador em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dados do Portal da Transparência mostram um crescimento significativo dos recursos repassados pelo Ministério do Trabalho à entidade ao longo dos anos. Entre 2005 e 2008, o Ceat recebeu, em média, R$ 1,1 milhão por ano. Em 2009, o montante subiu para R$ 7,8 milhões. Em 2010, foram R$ 11,7 milhões e, este ano, R$ 11,2 milhões. Das três entidades com sede em São Paulo que aparecem no relatório do CGU, o Ceat é que recebeu a maior quantia (R$ 35,1 milhões). Os outros são a Oxigênio Desenvolvimento de Políticas Públicas e Sociais (cerca de R$ 20 milhões) e a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (R$ 12 milhões). Jorgette disse que os convênios do Ceat com o governo federal começaram na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Oficialmente, entretanto, a entidade foi aberta em janeiro de 2004, segundo cadastro da Receita Federal. A dirigente alegou que, antes dessa data, já havia participado de convênios via entidades ligadas à Igreja, como a Cáritas. “Não tenho ligação com o PDT. Fui filiada ao PDT no passado, sim, quando o doutor Ademar de Barros era do partido. Mas me afastei depois da eleição presidencial de 1989. Não lembro quando pedi meu desligamento, mas não tenho mais nada a ver com o PDT há muito tempo”, disse Jorgette.

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