quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Assembléia francesa aprova lei que torna crime negar genocídios

A Assembléia francesa aprovou uma proposta de lei nesta quinta-feira que torna crime negar genocídios, o que inclui a matança de armênios por turcos otomanos, em 1915, medida que pode prejudicar as relações diplomáticas e comerciais entre a Turquia e a França. Logo depois da aprovação da legislação, uma autoridade turca anunciou que a Turquia estava retirando seu embaixador da França em protesto contra a medida. Milhares de turcos e franceses de origem turca se manifestaram no centro de Paris horas antes da votação do projeto, que agora será enviado ao Senado, para ser debatido em 2012. Os defensores da medida esperam que seja adotada antes que o Parlamento entre em férias no final de fevereiro e das eleições presidenciais. Tensões aumentaram entre a França e a Turquia na semana passada por conta do projeto, apresentado por membros do partido do presidente Nicolas Sarkozy. O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, escreveu uma carta a Sarkozy na semana passada, alertando que as relações políticas e econômicas sofreriam graves consequências se a lei fosse aprovada. A Armênia, que tem o apoio de muitos historiadores e parlamentares, afirma que 1,5 milhões de armênios cristãos morreram na região que hoje constitui o leste da Turquia durante a Primeira Guerra Mundial, como parte de uma política deliberada de genocídio comandada pelo governo otomano. Governos sucessivos na Turquia e grande parte dos turcos sentem que a acusação de genocídio seria um insulto direto à nação. Em 2001, a França aprovou uma lei reconhecendo a matança dos armênios como genocídio, o que provocou irada reação da Turquia.

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