quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Carlos, o Chacal" é condenado à prisão perpétua por atentados na França

O venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", foi condenado nesta quinta-feira à prisão perpétua pela Justiça francesa por quatro atentados cometidos no país nos anos 80, que deixaram 11 mortos e 150 feridos. O tribunal, que julga "Chacal" desde o dia 7 de novembro, colocou em prática as penas propostas pela promotoria. O réu já cumpre pena de prisão perpétua desde 1997 por três assassinatos cometidos na França em 1975. Ele reivindicou, em uma entrevista publicada por um jornal venezuelano, a autoria de mais de cem ataques que mataram entre "1.500 e 2.000 pessoas". Preso no Sudão em agosto de 1994, nunca mais saiu mais das prisões francesas. Os advogados das vítimas dos atentados comemoraram o veredicto, quase 30 anos depois dos crimes. Outros três cúmplices foram julgados à revelia. Dois foram condenados e um foi absolvido. O palestino Kamal Al Issawi e o alemão Johannes Weinrich receberam a sentença de prisão perpétua e a alemã Christa Margot Frohlich foi absolvida. Weinrich, acusado de ser o chefe das operações do "Chacal" na Europa e um ex-membro da Facção Exército Vermelho, um grupo extremista de esquerda alemão, já está preso na Alemanha, enquanto Frohlich está livre e as autoridades francesas não conhecem o paradeiro de Al Issawi. Durante o atual julgamento, o governo venezuelano deu apoio legal, diplomático e logístico a Ilich Ramírez, e o ditador Hugo Chávez afirmou que "Carlos" foi um "digno continuador das grandes lutas pelos povos". O terrorista venezuelano foi acusado de orquestrar quatro atentados com o objetivo de libertar sua companheira alemã, Magdalena Kopp, e o suíço Bruno Bréguet, dois membros do grupo, presos em fevereiro de 1982 com armas e explosivos. Uma carta enviada ao ministro do Interior exigia a libertação "em um prazo de 30 dias", ultimato regado de "ameaças de guerra" contra a França. As impressões digitais de Carlos foram identificadas no documento, prova rejeitada pela defesa porque desapareceu do arquivo. Um mês depois da carta, no dia 29 de março de 1982, uma explosão em um trem Paris-Toulouse matou cinco pessoas e deixou 28 feridos. No dia 22 de abril, quando seria iniciado o julgamento de Kopp e Bréguet, um carro-bomba explodiu na frente da sede da revista Al Watan Al Arabi, na rua Marbeuf. O ataque matou um pedestre e deixou 66 feridos. Os dois outros atentados do dia 31 de dezembro de 1983, um na estação de trem Saint-Charles, em Marselha (dois mortos e 33 feridos), e o outro contra um TGV Marselha-Paris (três mortos e 12 feridos), aconteceram quando os "dois camaradas" recebiam a condenação de quatro e cinco anos de prisão. Ainda no início de novembro o "Chacal" afirmou que Hugo Chávez "é um venezuelano 100%".

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