quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Comunidade armênia reabre em Istambul igreja fechada durante um século

O arcebispo armênio ortodoxo de Istambul, Aram Atesyan, reabriu na última quarta-feira na cidade uma igreja que estava fechada desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O acontecimento atraiu centenas de fiéis da comunidade armênia de Istambul e contou com a presença do ministro de Aduanas e Comércio da Turquia, Hayati Yazici. O ato ocorreu poucos dias após a polêmica enfrentada pelo governo turco com a Assembléia Nacional da França, que adotou uma lei que obriga que o massacre dos armênios em 1915 seja definido como genocídio. Como resposta, várias autoridades turcas apontaram a importância de buscar um diálogo melhor com os armênios da Turquia. A igreja de Vortvots Vorodman é parte de um complexo de edifícios conhecido como catedral de Meryem Ana, que abriga outros dois templos armênios e um centro cultural, em frente à sede do Patriarcado Armênio de Istambul, no distrito de Kumkapi. Como relembraram os porta-vozes da comunidade após a cerimônia religiosa, celebrada pelo arcebispo Atesyan, a igreja, que data de 1641, foi restaurada em 2010, na ocasião da nomeação de Istambul como capital cultural européia. "Estava fechada desde a Primeira Guerra Mundial", disse Nazaret Davidian, secretário-geral da fundação eclesiástica que administra os bens da igreja. "Mas o Estado colaborou com cerca de 75% dos gastos com a restauração", completou. Davidian considerou a abertura da igreja como um passo positivo, já que, até pouco, abrir uma nova igreja era bastante difícil na Turquia. A reabertura da histórica igreja armênia de Akdamar, na província de Van, em 2010, criou uma longa controvérsia. O governo permite que a igreja de Akdamar, em uma ilha do lado de Van, celebre apenas uma missa anual, mas mantém sua classificação como museu, e não como templo. A igreja de Vortvots Vorodman, por sua vez, "nunca deixou de pertencer à comunidade armênia", diz Davidian, e sua reabertura após a restauração não passou por dificuldades. Os pisos superiores do templo foram convertidos em moradias para famílias armênias em condições de pobreza, segundo Davidian.

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