domingo, 11 de dezembro de 2011

Fernando Henrique Cardoso se define como "careta" e diz que relação com Lula é "histórica"

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se definiu como "careta" ao comentar temas como a maconha e evitou criticar seus sucessores na sexta-feira, durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo. Ao se referir ao petista Lula, o tucano afirmou que a relação entre os dois é "muito antiga", e por conta disso, histórica. "Depois da redemocratização fomos os presidentes que mais ficamos no poder", disse Fernando Henrique Cardoso. Contou ainda que fala constantemente com Lula, dialogam, divergem e que é normal que assim seja: "Às vezes ele me dá uma alfinetada, eu dou outra nele". Sobre Dilma Rousseff, disse que a presidente foi "muito generosa" com ele em carta enviada em seus 80 anos, em que reconhece seu legado, mas disse que ela "não é ingênua" de confundir que a boa relação que estabeleceram vá impedir que ele critique os erros de seu governo. O tom ameno com que tratou os sucessores, no entanto, não evitou criticas ao PT, partido que fez oposição nos seus oito anos de governo. Ele afirmou que é injusto dizer que o PSDB não tem projeto para o País. Citou o fato de o projeto levado a cabo pelo PT ser o mesmo dos tucanos na economia, e fez críticas ao partido de Dilma: "A diferença é que o PT, quando ocupa o governo, deturpa as instituições, ocupa tudo". Sobre o aborto ele disse: "Não sou a favor que se faça aborto, mas sou contra a criminalização do aborto". Fernando Henrique Cardoso voltou a defender a descriminalização do consumo de drogas e, no caso da maconha, a legalização da venda da droga. "A guerra às drogas já matou mais que a do Vietnã", afirmou. Ele se definiu como "careta" ao comentar o assunto.

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