domingo, 4 de dezembro de 2011

Havelange renuncia ao COI dias antes de possível expulsão

O ex-presidente da Fifa João Havelange, de 95 anos, renunciou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) dias antes de a entidade anunciar decisão sobre casos de corrupção ocorridos nos últimos anos e que envolvia o nome do brasileiro. Ex-sogro do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Havelange era membro da entidade olímpica há 48 anos e era um dos homens mais influentes do esporte mundial. O brasileiro apresentou sua carta de renúncia na última quinta-feira. A ação acontece poucos dias antes de o comitê de ética do COI recomendar sanções pesadas contra Havelange no caso envolvendo a agência ISL, que trabalhava com o marketing da Fifa. Havelange, membro do COI desde 1963, está sob investigação por supostamente receber um pagamento de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,7 milhão) da ISL. Dois outros integrantes do COI, Lamine Diack e Issa Hayatou, também estão sob investigação, mas devem sofrer sanções menores. A suspensão de dois anos ou até mesmo a possível expulsão era esperada na reunião da próxima quinta-feira no conselho executivo do COI, em Lausanne, na Suíça. Com sua renúncia, o caso de ética contra ele deverá ser arquivado. Reverenciado por Carlos Arthur Nuzman, líder da candidatura brasileira aos Jogos Olímpicos de 2016, Havelange tornou-se o primeiro dirigente de fora do continente europeu a ganhar a eleição para o cargo mais alto da Fifa. Para isso, ele rodou o mundo atrás dos votos de africanos e asiáticos, continentes que, naquela época, não tinham representação na entidade mundial do futebol. Havelange e Nuzman começaram a carreira esportiva no Fluminense, clube da elite carioca. Ele era o mais velho membro do COI com direito a voto e foi o responsável também pela entrada de Nuzman no comitê. Havelange, que disputou como atleta duas Olimpíadas (1936 e 1952), gosta de mostrar sua influência no COI. Ex-nadador e jogador de pólo aquático, ele foi presidente da Fifa por 24 anos antes de ser sucedido por Joseph Blatter, em 1998. Ele permanece presidente honorário da entidade máxima do futebol. O caso ISL foi objeto de julgamento criminal na Suíça em 2008. Mas a Fifa conseguiu proibir o tribunal de revelar o nome dos funcionários que teriam embolsado $ 6,1 milhões (mais de R$ 10 milhões) em propinas. Ricardo Teixeira, presidente do comitê organizador da Copa-2014, também foi identificado pela rede de TV britânica BBC como tendo recebido pagamentos. Teixeira não é membro do COI.

Nenhum comentário: