terça-feira, 6 de dezembro de 2011

IBGE aponta estagnação da economia no terceiro trimestre

Os juros maiores em vigor até agosto e o agravamento da crise global ditaram os rumos da economia brasileira no terceiro trimestre, período no qual o PIB ficou estagnado frente ao segundo trimestre, na comparação livre de influências sazonais, segundo o IBGE. O PIB, em valores correntes, chegou a R$ 1,05 trilhão no período. Na comparação com terceiro trimestre de 2010, porém, a economia cresceu 2,1%. Com o resultado, o PIB do Brasil acumula alta de 3,2% nos três primeiros trimestres do ano e de 3,7% nos últimos 12 meses (quatro trimestres). Setor mais sujeito a oscilações e com maior conexão com o Exterior, a indústria sofreu mais o baque da crise e registrou queda de 0,9% na comparação com o segundo trimestre. Já o setor de serviços teve queda de 0,3%, e agropecuária subiu 3,2%. O consumo das famílias, por sua vez, caiu pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2008, segundo a economista Rebeca Palis, do IBGE. O consumo das famílias na comparação anual (terceiro trimestre de 2011 ante mesmo período de 2010) subiu 2,8%, o menor crescimento desde o primeiro trimestre de 2009, quando subiu 2,3% impactado pela crise financeira de 2008. Os investimentos (medidos pela formação bruta de capital fixo), por sua vez, caíram 0,2%, na relação trimestral, na esteira da menor confiança de empresários diante da crise. Já o consumo do governo registro queda de 0,7%. Na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo de 2010, houve alta de 2,5% --a menor taxa desde o terceiro trimestre de 2009, quando registrou queda de 9%. O setor que mais cresceu foi a agropecuária, com a queda de produção do trigo, cana de açúcar e café mais do que compensados pela expectativa de alta das safras da mandioca, feijão e laranja, de 7,3%, 6,1% e 3,1%, respectivamente, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. A agropecuária subiu 6,9% no terceiro trimestre ante igual período de 2010. A construção civil teve incremento de 3,8% no terceiro trimestre na comparação anual, impulsionada pelos programas do governo como "Minha Casa, Minha Vida", Copa e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ajudando a manter positivo o PIB da indústria, que cresceu apenas 1% no mesmo período. A indústria de transformação contribuiu negativamente e teve queda de 0,6%, com destaque para o fraco desempenho na fabricação de automóveis, têxteis, vestuário e calçados e produtos químicos.

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