segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Militar uruguaio rejeita pacto de silêncio por crimes na ditadura

O comandante do Exército uruguaio, Pedro Aguerre, rejeitou nesta segunda-feira um suposto "pacto de silêncio" em torno dos crimes da última ditadura, entre 1973 e 1985, e pediu apoio para "delimitar a responsabilidade material" da instituição nos assassinatos cometidos nesse período. "O Exército Nacional não aceitará, tolerará, nem acobertará homicidas ou delinquentes em suas fileiras", disse Aguerre, em um comunicado lido diante da imprensa, depois que na semana passada a análise de restos encontrados em um prédio militar determinou que pertenciam a um professor detido em 1977. Ele morreu vítima de um tiro na cabeça depois de ter sido torturado. "Aquele que está falando com vocês comete erros diariamente, como qualquer ser humano, mas hoje estamos falando de crimes, e essa é uma linha que este Comandante e seu Exército não cruzarão", acrescentou Aguerre. Segundo ele, o Exército do Uruguai atua seguindo as regras das Convenções de Genebra e Haia, com os Protocolos adicionais e demais acordos relacionados. "Não tenho conhecimento de um pacto de silêncio para acobertar crimes dentro da Força que comando, e mesmo desconhecendo, se existiu ou ainda existe até hoje tal pacto, neste momento dou a ordem de sua suspensão imediata", disse ele.

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