sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Neozelandesa reencontra filhos levados pelo pai após 30 anos de buscas

Uma mulher neozelandesa recebeu nesta semana notícias de seus dois filhos, sequestrados em Londres pelo próprio pai há mais de 30 anos, após a publicação de um livro que conta o périplo de Paulette Moray em busca de seu paradeiro. Sasha, de 4 anos, e Naomi Moray, de 2, haviam desaparecido em julho de 1981 após serem levados pelo pai, Max Moray, que havia se separado de Paulette, em uma visita de fim de semana. Depois de uma batalha legal pelo divórcio, Paulette havia ganho a guarda das crianças na Justiça. Paulette, hoje com 64 anos, e o novo marido, George London, passaram as décadas seguintes procurando por Sasha e Naomi ao redor do mundo. Eles contrataram detetives particulares e gastaram o equivalente a quase de R$ 300 mil, sem grandes progressos até 2006. Durante todo esse período, a única pista que Paulette teve sobre os filhos foi uma carta enviada pelo pai das crianças a um diário britânico, dois anos após o sequestro, na qual dizia apenas que eles estavam bem. London conseguiu então, em 2006, descobrir o e-mail de Max Moray. Usando uma identidade falsa, ele fez contato com Moray dizendo ser um antigo amigo da família que queria retomar contato, e disse que Paulette havia morrido. Após ganhar a confiança de seu interlocutor, London finalmente descobriu que Sasha, hoje com 34 anos, e Naomi, com 32, haviam sido criados em Israel, para onde haviam sido levados pelo pai. A história da busca foi contada no livro "The Hunt", de autoria de London e do jornalista Ian Wishart, que está sendo lançado nesta semana na Nova Zelândia e no Reino Unido. "A incrível história por trás do livro é que George London conseguiu o que a Scotland Yard (a polícia metropolitana de Londres) não conseguiu, uma pista sobre o sequestrador das crianças", afirmou Wishart. Quando George London finalmente conseguiu descobrir os contatos de Sasha, na semana passada, eles enviaram ao rapaz, por e-mail, uma cópia do livro, que termina com um apelo pessoal de Paulette para que os filhos entrem em contato com ela. Três dias depois, Sasha enviou uma resposta, endereçada à "Querida Mamãe", fechando finalmente o ciclo das buscas de Paulettte. "Recebi o e-mail de Ian há três dias e passei o dia inteiro lendo e tentando digerir o que estava se desdobrando na frente de meus olhos", diz o rapaz, que hoje vive na Espanha, acrescentando que ele e a irmã, em Israel, haviam passado os dias anteriores em contato constante para discutir o assunto e como responder à mensagem da mãe. "Estamos ambos felizes, estupefatos, surpresos, tristes, intrigados e espantados por tudo isso, mas como você disse, o futuro pode ser nosso, e pretendemos fazê-lo assim", encerra o e-mail. Paulette ainda não se reuniu pessoalmente com os filhos, mas diz que não pode esperar por esse momento. "O e-mail deles foi o primeiro contato em 30 anos e foi a coisa mais emocionante que já me ocorreu. Não posso esperar pelo primeiro encontro. Deve ter sido um grande choque para eles descobrir que sua mãe os estava procurando por 30 anos", afirmou ela. "Eu pensava neles todos os dias. Você não sabe em que lugar do mundo eles estão e fica pensando se eles ainda estão vivos", disse.

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