sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Operador do Mensalão do PT, Marcos Valério, é preso por fraude em registro de terra na Bahia

O publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do esquema corruptor do Mensalão do PT, foi preso nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil da Bahia contra suspeitos de grilagem de terras no oeste do Estado. Ao todo, 15 pessoas foram presas na Bahia, em São Paulo e em Minas Gerais. Marcos Valério e seus sócios da DNA Propaganda foram detidos em Minas Gerais, segundo o delegado Carlos Ferro, responsável pela investigação. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, junto com Marcos Valério foram presos três ex-sócios das agências de publicidade envolvidas no esquema do Mensalão do PT: Margareth Freitas e Francisco Castilho (ex-sócios na DNA) e Ramon Hollerbach (ex-DNA). A Operação Terra do Nunca visava prender empresários e funcionários de cartórios envolvidos em falsificação de documentos para grilar terras. Segundo Ferro, Marcos Valério começou a ser investigado pela polícia baiana em 2010, após a Procuradoria da Fazenda Nacional de Minas Gerais requisitar informações sobre cinco fazendas apresentadas por ele em garantia em um recurso contra a execução de uma dívida de R$ 158 mil com o fisco. As fazendas Cristal 1, 2, 3, 4, 5 somavam 17.100 hectares, mas na verdade elas não existiam, segundo o delegado. "Era só no papel. A matrícula que originou o registro das cinco fazendas que o Marcos Valério apresentou como garantia era um terreno de 360 metros quadrados", contou o delegado. O esquema funcionava desde 2000 no tabelionato de notas de Barreiras e no cartório de registro de imóveis de São Desidério. A operação deflagrada reúne a apuração reunida em dez inquéritos. Segundo a polícia, funcionários dos cartórios emitiam escrituras falsas. Os papéis serviam tanto para legalizar terras griladas na região quanto para empresários usarem os "imóveis" inexistentes como garantias em financiamentos ou processos judiciais. Uma das presas na operação, segundo o delegado, foi Ana Elisabete Vieira dos Santos, mãe do piloto de testes da Lótus de Fórmula 1, Luiz Razia. Ela era titular do cartório de registro de imóveis de São Desidério e foi demitida a bem do serviço público, em junho deste ano, após processo administrativo disciplinar do Tribunal da Justiça da Bahia. De acordo com o promotor baiano André Milton Pereira, a operação quer acabar com uma indústria de fornecimento desses títulos. De posse deles os usuários do esquema os davam como garantia em dívidas. Durante a investigação do Mensalão do PT, descobriu-se que Marcos Valério utilizou esse esquema e adquiriu títulos falsos em cartórios do sul da Bahia. Eles eram a garantia para cobrir dívidas que as agências de publicidade DNA e SMPB tinham com o INSS.

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