terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Petrobras e Vale estudam parceria de exploração em Sergipe

A Petrobras e a mineradora Vale estão avaliando a possibilidade de uma associação para explorar potássio e petróleo na mesma área, em projeto bilionário em Sergipe, informou o presidente da petroleira, José Sergio Gabrielli, nesta terça-feira. "Estamos discutindo questões técnicas de cavernas e poços, como combinar risco de gás com risco de produção de potássio. São problemas técnicos", afirmou Gabrielli. "Evitar explosão é um dos problemas principais, exatamente por isso que é problemático", acrescentou. A Vale tem interesse em implementar um grande projeto de produção de potássio em área no Sergipe cujos direitos de exploração estão em poder da Petrobras. Na mesma área está localizado o campo de Carmópolis, o segundo maior produtor de óleo em terra, onde a Petrobras já explora petróleo há décadas. Indagado sobre a possibilidade de a Petrobras abrir mão do petróleo ali, o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, foi contundente ao afirmar que a premissa básica do negócio é que a produção de petróleo é prioritária. "A Petrobras certamente não vai abrir mão dos volumes que tem naquela área de Carmópolis em que se sobrepõem a possibilidade de lavra de sais de potássio e petróleo", respondeu Estrella: "O que está se vislumbrando e estudando é a possibilidade de lavra de potássio e petróleo concomitantemente. Mas isso vai demorar um certo tempo porque envolve parte técnica muito sofisticada". Gabrielli ponderou que a interface entre petróleo e potássio ocorre em área muito pequena em relação à área total que está em discussão com a Vale. A Vale já tem um contrato de arrendamento com a Petrobras pelo qual produz potássio na região a partir da mina de Taquari-Vassouras. O objetivo da Vale é ampliar a produção de potássio em mais de três vezes a partir da exploração de outras minas que ficam na área da Petrobras. A Vale já explora a mina de potássio arrendada da Petrobras em Sergipe desde 1991 e produz cloreto de potássio a partir dos sais de silvinita, em um volume de cerca de 700 mil toneladas anuais. Avaliado em cerca de US$ 4 bilhões, o projeto é considerado pelo governo importante para reduzir as importações de potássio, estimadas em mais de 90% do consumo.

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