quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Polícia Federal indicia Chevron e mais 17 por vazamento de óleo na bacia de Campos

A Polícia Federal indiciou a Chevron e a Transocean e mais 17 executivos das duas empresas pelo vazamento de óleo no campo de Frade, bacia de Campos, em novembro. Entre os indiciados está o presidente da Chevron no Brasil, George Buck. Em seu relatório, encaminhado ao Ministério Público Federal, o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, afirma que as empresas usaram "práticas temerárias" e causaram danos ambientais, além de sonegar informações aos investigadores e entregar documentos falsos à polícia. "Tenho total convicção de que a política institucional da empresa é temerária e leviana na perfuração de poços de petróleo no Brasil. Por isso, a responsabilização dos executivos", disse Scliar. A Chevron disse que a decisão "não tem mérito". A Transocean informou que vai avaliar o relatório. A primeira tem a concessão de exploração do campo; a segunda operava a sonda que perfurava o poço que vazou. Segundo o delegado Fabio Scliar, houve problemas na técnica utilizada na perfuração no campo de Frade. No caso que originou o vazamento, por exemplo, as empresas utilizaram, na retirada do petróleo, pressão maior do que as rochas suportavam. O delegado informou ainda haver estudo de impacto ambiental feito pela própria Chevron em que a empresa previa que um vazamento de óleo no campo causaria danos à flora e à fauna. "No estudo, a própria Chevron relata que um vazamento iria interferir na cadeia alimentar de peixes maiores e, consequentemente, até câncer em seres humanos". Laudos do Ibama e do oceanógrafo David Zee, anexados ao inquérito, são usados para comprovar que o vazamento causou danos. O acidente da Chevron ocorreu em 7 de novembro, após a empresa usar densidade de lama e pressão maiores que o adequado para tentar conter a invasão do óleo no poço. Isso provocou a ruptura de rochas e liberou o óleo para a superfície, admitiu a própria companhia na época, após ter afirmado que o problema havia ocorrido por uma falha na geologia local.

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