quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Argentina exige autorização prévia para importações

O governo argentino adotou mais uma medida protecionista ao determinar que, a partir de 1º de fevereiro, toda importação terá de passar por autorização prévia de órgãos estatais. De acordo com a nova regra, os importadores terão de pedir permissão antecipada, esperar pela aprovação e somente então ter acesso à sua compra, quando esta chegar à Aduana. "São medidas que vão além das licenças não automáticas, é como ter licença não automática para tudo", disse Miguel Ponce, porta-voz da Câmara de Importadores da Argentina. Esse registro das importações servirá também para que o governo autorize ou não a aquisição de divisas por parte das indústrias que necessitem comprar insumos para fabricar produtos. Através dessas ações, o governo busca equilibrar a balança comercial e impedir a fuga de capitais. Entre importadoras e indústrias, porém, houve uma reação negativa muito grande. "É natural que reclamem, mas a ação do governo está de acordo com o que vem acontecendo no mundo hoje", diz Jorge Campbell, ex-secretário de relações econômicas internacionais da Argentina. Para ele, os custos e a demora na aprovação dos trâmites vão aumentar, mas isso não deve afetar as relações entre Brasil e Argentina. "Será tudo mais viscoso, mais demorado, é o custo de se ter o Estado intervindo com mais força. Mas não afetará o Brasil, que é nosso maestro e nos marca o caminho", disse Campbell. Por conta da mesma política, a Fiat Argentina teve de suspender a produção de 700 carros diários na sua fábrica de Córdoba devido à falta de insumos, que não conseguiram liberação para entrar. O problema de abastecimento de peças deve-se também às travas de importação impostas pela Secretaria de Comércio Interior e Exterior. O órgão, que ganhou poder na nova gestão Cristina Kirchner, está a cargo de Guillermo Moreno e Beatriz Paglieri. No total, há 4.000 trabalhadores parados esperando um desenlace da situação.

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