domingo, 29 de janeiro de 2012

Assassinato de Mario Sérgio Gabardo completa 6 anos e 4 meses sem esclarecimento

Mario Sérgio Gabardo
Há seis anos e quatro meses, o empresário gaúcho Sérgio Gabardo repete uma rotina. Sempre no dia 29 de cada mês, ele escreve uma dolorida nota de lamentação pela morte de seu filho, o jovem Mário Sérgio Gabardo, em um atentado nas ruas de Canoas, à noite, quando voltava de aula na Faculdade de Direito da PUC, e foi assassinado a tiros por pistoleiros. O empresário Sérgio Gabardo também protesta pela incúria oficial, que até hoje foi incapaz de esclarecer as circunstâncias do crime, e seus eventuais mandantes. Neste domingo, Sérgio Gabardo repetiu a mensagem, com o seguinte título: "Quando morrem os pais, perde-se o passado, mas quando morre um filho perde-se o futuro. A campanha Justiça Seja Feita, da organização não-governamental Brasil Sem Grades, que se assiste na televisão, mostra a verdade nua e crua vivida por milhares de pessoas de nosso País. Fruto, naturalmente, da inoperância ou descaso das autoridades constituídas que tem a obrigação constitucional de investigar toda a espécie de crime que diariamente assola nossas vidas. E o assassinato do meu filho Mário, ocorrido na noite de 29 de setembro de 2005, se enquadra perfeitamente nessa dolorosa, mas necessária campanha. E a indagação persiste mesmo 75 meses depois da sua brutal morte; “cadê a Justiça?” Sérgio Gabardo conta nos dedos, diariamente, os dias que já se passaram desde o assassinato de seu filho, Mário Sérgio Gabardo.: ".... um jovem de apenas 20 anos, foi assassinado momentos antes de chegar à casa de amigos de infância, onde estava marcada uma confraternização. Nunca se conseguiu descobrir o que realmente aconteceu naquela noite na cidade de Canoas (ao lado de Porto Alegre) e tampouco quem o assassinou, quem mandou e os motivos pelos quais meu filho Mário, estudante de Direito, teve sua vida ceifada tão precocemente. Durante esse período todo, tenho me esforçado sobremaneira para conseguir conviver sem a presença física do meu filho Mário, um jovem que nunca cultivou inimizades, jamais teve envolvimento com qualquer tipo de droga e era querido por todos aqueles que de alguma forma o conheciam. Debrucei-me centenas de noites para tentar encontrar uma explicação. Cobrei (e continuo cobrando) resultados das autoridades da chamada área de segurança pública. Fui tratado com o mais hediondo descaso de que já tive notícias. Passei horas e horas tentando contato com os inúmeros secretários de segurança que ocuparam o cargo ao longo desses 75 meses (e não foram poucos os que já sentaram naquela cadeira), mas nenhum teve a vontade política sequer de me receber. Por anos tenho convivido com essa dor intensa que me atinge o peito e que faz brotar lágrimas a qualquer hora do dia ou da noite. É o choro de um pai que perdeu o filho amado, mas que não encontrou em nenhum ente público a forma certa para sensibilizar as autoridades constituídas. Faltam-me, quem sabe, votos suficientes para conseguir convencer essas autoridades a acabarem de vez com o descaso e me apresentarem o resultado que um cidadão de bem exige do poder público. Polícia Civil, prefeitura de Canoas (onde ocorreu o homicídio), Ministério Público, Secretaria da Segurança e poder Judiciário. Onde estão todos? Por que ninguém consegue dar uma explicação razoável a um pai que perdeu seu filho? Simples: preferem tratar o assassinato do meu filho Mário apenas como mais um número na gigantesca estatística dos crimes não solucionados. Decisão simplória, porque o Mário não é parente de nenhuma autoridade. Se fosse, certamente a história seria outra e seus assassinos já teriam sido identificados e encaminhados para julgamento na Justiça. O descaso (hediondo, repito) com que essas autoridades trataram o assassinato do meu filho Mário, tem a nítida conotação de tentarem, em vão, calar-me. Jamais conseguirão, pois enquanto restar um sopro de vida em mim, estarei cobrando o que me é de direito: saber o que realmente aconteceu com o meu filho Mário, quem o assassinou, por que, e a mando de quem. Esse direito que tenho, como pai, ninguém conseguirá tirar de mim". Além de ser um estudante brilhante e dedica, Mário Sérgio Gabardo, aos 20 anos, já tinha atuação intensa e de sucesso reconhecido na empresa fundada por seu pai, a Transportes Gabardo, uma das maiores empresas cegonheiras do Brasil. A investigação policial foi frágil e lenta, e dificultou enormemente a identificação dos dois executores de Mário Sérgio Gabardo.

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