segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em Cuba, Dilma priorizará oportunidades de abertura econômica

Ao desembarcar em Cuba no final da tarde desta segunda-feira em sua primeira viagem à ilha como presidente, Dilma Rousseff chegou decidida a deixar de lado os apelos para que aborde a questão dos direitos humanos em Havana e se concentrar nas oportunidades geradas pela progressiva abertura econômica do país caribenho. A viagem, que se estenderá até a manhã de quarta-feira, ocorre uma semana após a liberação da última parcela do empréstimo brasileiro de US$ 682,15 milhões à ampliação do porto cubano de Mariel, a 40 quilômetros de Havana. Executada pela empresa brasileira Odebrecht e prevista para terminar em janeiro de 2013, a obra inclui uma "zona especial de desenvolvimento", que abrigará indústrias voltadas à exportação e ao mercado cubano. A visita de Dilma também se segue à decisão do Partido Comunista cubano, no domingo, de limitar a dois mandatos de cinco anos os cargos políticos e estatais "fundamentais" do governo, o que foi interpretado como uma possível sinalização de renovação da cúpula que comanda a ditadura. Segundo diplomatas brasileiros, além de ajudar Cuba em sua missão de "atualizar" o socialismo e diversificar suas fontes de receitas, a ampliação do porto de Mariel abrirá oportunidades de negócios para empresas brasileiras interessadas em se instalar ou expandir as operações na América Central. Até o momento, uma companhia brasileira, a fabricante de vidro Fanavid, já se prepara para construir uma unidade no local, em associação com o governo cubano. Cerca de 80% da produção da fábrica deverá se destinar à exportação. Em sua visita, Dilma deve tratar de uma iniciativa conjunta para a produção de medicamentos, valendo-se do expertise cubano no setor farmacêutico. Se houver acordo, a indústria também poderia se localizar no porto de Mariel. O governo brasileiro também poderá negociar a ampliação do envio de médicos cubanos ao Brasil, para apoiar o atendimento no SUS.

Nenhum comentário: