domingo, 8 de janeiro de 2012

Grécia precisa de perdão maior da dívida

O perdão de 50% da dívida grega, parte do acordo feito com o país, não será o suficiente para colocar o grande déficit da nação em uma posição segura, afirmou um assessor do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, a um jornal grego. Bancos e fundos de investimento estão negociando com Atenas há semanas um projeto de troca de títulos da dívida, com o objetivo de cortar a dívida em relação ao PIB do país de 160% para 120% até 2020. Esse plano é parte importante de um segundo pacote de ajuda internacional à nação para que ela não corra o risco de moratória. O pacote totaliza 130 bilhões de euros. Sob o chamado "envolvimento do setor privado", investidores voluntariamente aceitarão um desconto nominal de 50% dos títulos gregos em troca de um misto de dinheiro e novos títulos. Mas as negociações travaram devido a discordâncias sobre o custo real do perdão. O ministro Clemens Fuest, que também é professor, afirmou que o corte na dívida grega deve ser maior do que os 50% acordados para ajudar o país a refinanciar suas dívidas: "Essa taxa veio com a idéia de que seria associada a um programa de consolidação econômica de longo prazo, que reduziria a dívida acumulada para 120% do PIB anual em 2020. Mas tal redução não é suficiente. Já tínhamos dívida de 120% no início da crise. Então a redução precisa ser muito maior do que 50%". A Grécia quer que investidores voluntariamente assinem o PSI para evitar um incidente de crédito no país, mas Fuest afirmou que isso coloca o acordo em risco e que a troca precisa ser compulsiva. "No meu ponto de vista, a Grécia já entrou em moratória. Eu acho que a melhor coisa seria se alguém honestamente dissesse que o governo grego não consegue pagar sua dívida. Dessa forma, um melhor acordo pode ser alcançado", disse ele.

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