quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

MPX e GE fecham acordo de US$ 1,2 bilhão

A MPX, empresa de energia do empresário Eike Batista, firmou um contrato de mais de US$ 1,2 bilhão com a GE para fornecimento e manutenção de 19 turbinas a gás para sua usina termoelétrica da Bacia do Parnaíba, no Maranhão. As turbinas, de fabricação americana, serão alimentadas por gás natural da OGX Maranhão, na qual a MPX detém participação. O acordo foi fechado pessoalmente entre Eike Batista e o presidente mundial da GE, Jeff Immelt, informaram ontem o diretor de operações e implantação da MPX, Marcus Temke, e o presidente da GE Energy para a América Latina, Marcelo Soares. "O contrato guarda-chuva com a GE nos possibilita ter agilidade, padronização e preço. Hoje, posso encomendar uma turbina por telefone, a rapidez é muito importante para o grupo", disse Marcus Temke. Do total contratado, já foram encomendadas sete turbinas, todas com capacidade de cerca de 170 megawatts (MW), por um valor total de US$ 500 milhões. A primeira delas já aportou em São Luís (MA), e a sétima chega em dezembro. Quatro começam a operar no início de 2013, somando 676 MW, e gerando receitas anuais de R$ 282 milhões. O projeto faz parte da proposta de integração vertical do grupo EBX (a holding das empresas de Eike Batista), que busca na produção própria de energia ganho de lucratividade e independência do fornecimento da Petrobrás. Para os leilões de energia de agosto passado e de março deste ano, a estatal informou a empreendedores só dispor de gás para contratos já firmados, sem disponibilidade adicional do produto. "Hoje, meu problema já não é turbina, mas o gás para alimentá-la", disse Temke. A MPX é parceira da empresa de petróleo de Eike, a OGX, na OGX Maranhão, uma sociedade de propósito específico que detém 70% (23% para MPX e 47% para OGX) dos sete blocos de exploração de petróleo no Parnaíba adquiridos em 2009 em parceria com a petrolífera Petra (30%). O primeiro poço foi perfurado em 2010, e a declaração de comercialidade aconteceu no ano passado. A MPX se prepara agora para participar do leilão de energia A-3 (com entrega para daqui a três anos), previsto para março. O montante a ser oferecido ainda está em estudo, mas Temke adianta que a empresa pretende entrar com algo entre 350 MW e e 500 MW. O executivo lembra que a usina termoelétrica do Parnaíba vai se tornar, em 2014, a maior usina a gás do País, com capacidade de geração de 1,5 mil MW e receita fixa de R$ 714 milhões. Mas a companhia tem licença de instalação para chegar a 3,72 mil MW. "A velocidade dependerá do sucesso da campanha exploratória da OGX Maranhão", disse Temke. A produção de gás da OGX Maranhão se inicia no segundo semestre e poderá chegar, já em 2013, a 6 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a quase 10% da produção nacional de gás atualmente. As 19 turbinas do contrato com a GE somam 3,23 mil MW de capacidade. A rapidez das encomendas dependerá do resultado de leilões de energia e da demanda no mercado livre, disse o executivo. A Bacia do Parnaíba foi explorada nos anos 80 pela Petrobrás, mas foi subaproveitada, pois a tecnologia de sísmica era, à época, inferior à usada atualmente. A demanda por gás também era bem menor no País. Soares, da GE, disse acreditar que as duas empresas poderão fazer novas parcerias na área de energia, com foco em gás, mas também em energias renováveis. Hoje, as empresas têm parcerias em gás e em energia solar.

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