terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Quadrilha do PT de Estância Velha será interrogada pela juíza nesta quinta-feira

O maior crime politico esclarecido nos últimos 60 anos no Rio Grande do Sul, a encomenda de assassinato de adversário político feita pelo presidente do PT em Estância Velha, junto com um secretário do governo municipal petista, volta à pauta nesta quinta-feira, às 14h15min, na sala de audiências do foro da cidade, comandada pela juíza Rosali Terezinha Chiamati Libardi. A vítima é o sociólogo Mauri Martinelli, na época dos fatos colunista político e de opinião do jornal O Minuano, de fevereiro de 2005 até dezembro de 2011, quando deixou de circular. O crime ocorreu por volta das 23 horas, do dia 17 de agosto de 2006, quando Mauri Martinelli chegava a sua casa após um jantar-comício do falecido deputado federal Júlio Redecker (PSDB), ocorrido no CTG Serigote. O pistoleiro chegou por trás, bateu em sua cabeça com a coronha da arma, e avisou: "Agora você vai ver quem manda na cidade". E esvaziou o pente de 16 tiros. Mauri Martinelli foi atingido por sete tiros disparados de uma pistola Glock 380, semiautomática, mas sobreviveu. Martinelli reproduzia no jornal local as denúncias de corrupção feitas em Plenário, na câmara local e no Ministério Público e também Tribunal de Contas, pelo ex-vereador João Valdir de Godoy, (Duduzinho), PMDB, que chegou sofrer várias ameaças. Martinelli fazia denúncias de corrupção existente no governo petista local, de Elivir Desiam, conhecido pelo apelido de "Toco". O principal réu no processo por formação de quadrilha e tentativa de assassinato é o jornalista Jaime Dirceu Schneider, dono de outro jornal da cidade, que dava amplo apoio ao governo petista. Como Jaime Schneider foi chefe de gabinete do prefeito "Toco", e depois secretário de Planejamento, ele colocou o jornal no nome de um "laranja", Jauri de Mattos. Os outros réus são vereador Luis Carlos Soares, vulgo "Carlinhos Viramato", do PT, que na época do atentado contratado era presidente do PT na cidade. Estes quatro se reuniram na casa onde Claci alugava um quarto para realizar a reunião de contratação do pistoleiro Alexandro Ribeiro e para entregar a ele a pistola Glock 380. Para se deslocar até essa casa eles utilizaram um carro da prefeitura da cidade na época governada pelo PT, conforme testemunha no processo. O pistoleiro foi contratado para realizar dois assassinatos (o outro seria o do vereador peemedebista Duduzinho, João Valdir de Godoy). Mas, por sua própria conta, o pistoleiro afirmou na reunião que mataria uma terceira pessoa, um investigador local da Polícia Civil. Depois do atentado a Mauri Martinelli, o pistoleiro foi preso na casa onde morava, alugada com fiança do "laranja" de Jaime Schneider, Jauri de Matos. A denúncia foi apresentada pelo promotor Marcelo Vieira Tubino, de Portão, porque o então promotor da cidade, Paulo Vieira, era "amigo fraternal" de Jaime Schneider. Quando este recebeu o título de Cidadão Honorário da cidade na Câmara Municipal, o promotor Paulo Vieira foi o orador e, no seu discurso, comparou Jaime Dirceu Schneider a Winston Churchill. Hoje o Ministério Público atua no processo por meio do promotor Michael Schneider Flach. O processo está em fase final de instrução, com o interrogatório dos réus. Com isso ficará concluída a fase de instrução e a juíza Rosali Terezinha Chiamati Libardi poderá decidir por envio dos quatro para o Tribunal do Juri. O pistoleiro Alexandro Ribeiro já foi condenado, a 15 anos de prisão, em processo separado,e cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança em Charqueadas. O processo da quadrilha dos mandantes teve vários contratempos porque o antigo juiz da cidade, Luis Filomena, também estava impedido de atuar no mesmo, devido a ligação com um dos réus, no caso Jaime Schneider.

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