segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Repressão continuará nos países árabes, diz Anistia Internacional

A utilização da violência em 2011 para reprimir a oposição nos países árabes pode seguir vigente em 2012, já que alguns regimes estão decididos a permanecer no poder custe o que custar, adverte a Anistia Internacional em um relatório publicado nesta segunda-feira. "Os movimentos de protesto na região, dirigidos em muitos casos pelos jovens e com as mulheres tendo um papel central, demonstraram uma notável e inclusive surpreendente resistência à repressão", disse Philip Luther, diretor interino para o Oriente Médio e a África do Norte. "Mas as tentativas persistentes de alguns Estados de proporem apenas mudanças cosméticas ou, simplesmente, de brutalizarem sua população para submetê-la, é uma prova de que, para muitos governos, a sobrevivência do regime continua sendo seu objetivo", ressaltou. Em seu informe de 80 páginas, a Anistia Internacional condena também as violações dos direitos humanos cometidos no Egito pelo poder militar que governa de forma interina após a saída de Mubarak, considerando-as piores em alguns casos que sob o ex-ditador e advertindo contra as restrições da liberdade de expressão. "O Exército e as forças de segurança reprimiram violentamente as manifestações, deixando ao menos 84 mortos entre outubro e dezembro de 2011. A tortura dos presos permanece e o número de civis julgados por tribunais militares foi maior em um ano que nos 30 anos do regime de Mubarak", afirmou. O relatório também critica as autoridades interinas da Líbia por não controlarem as brigadas armadas que participaram da queda de Gaddafi e por não processarem cerca de 7.000 pessoas que se encontram nos campos de detenção improvisados a cargo de brigadas. A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres também ressaltou a atitude de outros governos da região, em particular da Síria, que seguem "firmemente decididos" a se agarrar ao poder, "às vezes sem que importe o custo em vidas humanas e em dignidade".

Nenhum comentário: