sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Selic a 10% volta à pauta com IPCA dentro da meta

Os contratos de juros futuros registraram forte ajuste de baixa na sessão desta sexta-feira, seguindo a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2011, que ficou exatamente em 6,50%, teto da meta oficial de inflação. "A inflação ao consumidor medida pelo IPCA, em linha com o cenário antecipado pelo Banco Central, está em trajetória de queda e encerrou 2011 em 6,5%, após alcançar 7,3% no terceiro trimestre", disse o presidente da autoridade monetária Alexandre Tombini por meio de nota. Segundo o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, um IPCA de 6,5% não é algo a se "comemorar", afinal de contas é a maior inflação dos últimos sete anos. Mas o cumprimento da meta justifica tal comportamento dos contratos futuros de juros. Com a movimentação de sexta-feira, a hipótese de um segundo corte de meio ponto na Selic volta à pauta, depois de ter perdido força nos últimos dias. O desenho da curva sugere juro básico de 10%. Ainda assim, diz Petrassi, os "fantasmas" não desapareceram. Além da preocupação com a trajetória futura dos preços, notadamente da inflação de serviços, que continua rodando a 9% ao ano, há receio com a capacidade de o governo entregar o superávit primário, seja por queda na arrecadação, seja pela necessidade de ampliar gastos em ano eleitoral. Olhando o IPCA de dezembro, que ficou em 0,50%, abaixo das previsões de 0,55%, chama atenção a aceleração do grupo alimentação, que saiu de 1,03% para 1,23%. Mas essa alta foi compensada pela queda de 0,87% do grupo artigos de residência, que conforme notou o Nomura Securities, capta os recentes incentivos fiscais dados aos artigos da linha branca. "Não fosse esse corte no último minuto da tributação ao consumo, a inflação teria ultrapassado o teto da banda", nota o diretor-gerente e chefe de pesquisas para a América Latina do Nomura, Tony Volpon. Ele reforça sua visão de que o Banco Central seguirá cortando a Selic até 9% ao ano.

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