quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Suécia investiga destino de herói detido durante o Holocausto

A Suécia decidiu abrir uma nova investigação sobre o destino de Raoul Wallenberg, considerado um herói por salvar dezenas de milhares de judeus húngaros dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e que desapareceu após ser detido por tropas soviéticas em 1945. O inquérito, no ano do centenário do diplomata sueco, será conduzido por Hans Magnusson, diplomata que comandou uma comissão russo-sueca que se debruçou sobre o assunto na década de 1990, disse uma porta-voz da chancelaria em Estocolmo. O objetivo da investigação, segundo a porta-voz, será "examinar se há alguma nova informação disponível que possa ser encontrada a respeito do que aconteceu com Raoul Wallenberg". O diplomata salvava judeus em Budapeste principalmente por meio da emissão de passaportes suecos, ou dando abrigo a perseguidos em imóveis que ele adquiriu e declarou serem território diplomático do seu país. A Rússia diz que Wallenberg foi achado morto na sua cela, em Moscou, em 17 de julho de 1947, mas nenhuma prova disso jamais foi divulgada. Pesquisadores afirmar haver evidências de que ele estava vivo dias depois, mas que a Rússia nega acesso a arquivos que poderiam elucidar o mistério. Eles dizem também que a Suécia não exerceu suficiente pressão sobre Moscou. O chanceler sueco, Carl Bildt, reforçou que pouco se fez para salvar o herói quando isso seria possível. "A falta de envolvimento do governo sueco depois que Raoul Wallenberg foi capturado e levado para a infame prisão de Lubyanka, em Moscou, é ao mesmo tempo embaraçosa e dolorosa", disse ele em Budapeste, por ocasião da abertura de uma exposição sobre os feitos de Wallenberg. Um grupo de sobreviventes do Holocausto elogiou a reabertura das investigações do diplomata, apontado como um "raro herói". "Desvendar o mistério de Wallenberg é uma obrigação moral para com esse humanitarista abnegado, e é uma desgraça que as respostas ao seu trágico fim continuem sem resposta", disse em nota Elan Steinberg, vice-presidente da Reunião Americana de Sobreviventes do Holocausto e Seus Descendentes: "A humanidade tem com sua memória uma dívida que nunca poderá ser paga. Descobrir a verdade é o mínimo que podemos fazer".

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