sábado, 4 de fevereiro de 2012

Mantega diz que indicação de chefe da Casa da Moeda foi do PTB

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou na sexta-feira que, ao contrário do que diz o PTB, não indicou Luiz Felipe Denucci, exonerado no último fim de semana, para a presidência da Casa da Moeda. Afirmou ainda que não conhecia Denucci na época e que sua substituição já estava programada, ou seja, não teria cedido a pressões para tirá-lo do cargo. "Em 2008, quando nós substituímos o presidente da Casa da Moeda, então o PTB fez indicações para a presidência dentro dos critérios que nós utilizamos, critérios de competência técnica. Os primeiros nomes não foram aprovados, não foram aceitos e finalmente eles me trouxeram o currículo deste ex-presidente da Casa da Moeda que tinha um currículo adequado às missões. Então eu aceitei a indicação", disse Mantega. "Eu não conhecia essa pessoa, o Luiz Felipe Denucci, nunca tinha visto. Recebi o currículo da mão do Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara", disse. Na quinta-feira, Roberto Jefferson afirmou que Denucci é um nome do ministro da Fazenda e o PTB fez um "favor" ao chancelar a indicação. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que a Casa Civil e o PTB avisaram Mantega em agosto passado de que Denucci havia aberto "offshores" em paraísos fiscais que teriam movimentado US$ 25 milhões. O ministro, no entanto, minimizou a suspeita dizendo que "não poderia tomar uma atitude" antes sem uma acusação formalizada. "Agora, depois que ele já tinha saído, aparece essa nova questão da movimentação de dinheiro via offshore. Elas serão analisadas, tem uma comissão de sindicância que vai analisar. Além disso, o Ministério Público também está apurando", afirmou o ministro, referindo-se à demissão de Denucci no último sábado, após ter chegado à Fazenda informação de que a Folha de S. Paulo preparava reportagem sobre o caso. Antes disso, o PTB havia encaminhado em 2010 carta acusando Denucci de irregularidades, também ignorada pelo ministro. Mantega disse ainda que Denucci assumiu o cargo com a missão de modernizar a Casa da Moeda, trocando o maquinário para produzir novas cédulas.

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