terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Processo contra juiz que prendeu Pinochet divide sociedade espanhola

O processo contra o juiz espanhol Baltasar Garzón por abuso de poder ao investigar crimes cometidos durante a ditadura do general Francisco Franco (1936-1975) gerou fortes reações de entidades internacionais de direitos humanos no país. O julgamento na Suprema Corte da Espanha trouxe à tona resquícios do franquismo, reformatou antigas divisões na sociedade e possibilitou que familiares de desaparecidos levassem, pela primeira vez, seus dramas aos tribunais. Famoso por ter decretado a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e investigado os crimes da ditadura argentina, Garzón é acusado pela organização de extrema direita Manos Limpias (Mãos Limpas) de ter desconsiderado a Lei de Anistia local, de 1977. Nesta semana, ele volta a sentar no banco dos réus para responder por, segundo ele, tentar dar respostas aos familiares de alguns dos 130 mil desaparecidos no período. O juiz ainda responde a outros dois processos, acusado de ter feito escutas ilegais para investigar casos de corrupção e de conseguir patrocínio do Banco Santander para seminários que ministrou em Nova York. O trabalho de Garzón sobre o franquismo gerou reações dos setores mais conservadores, que buscam condená-lo na Justiça. Mas um grupo formado por artistas, intelectuais, familiares das vítimas do regime de Francisco Franco e partidos de esquerda foram às ruas declarar-lhe apoio.

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