terça-feira, 20 de março de 2012

Atentados raciais na França podem ajudar Sarkozy em eleição

Uma série de homicídios racistas na França pode beneficiar eleitoralmente o presidente Nicolas Sarkozy, por servir de vitrine para a sua liderança a menos de um mês do primeiro turno da eleição presidencial. A reação de Sarkozy aos atentados contra uma escola judaica e contra soldados de origem muçulmana no sul do país lhe permite reconquistar a primazia moral, conduzir a nação num momento de luto e envergar seu uniforme favorito, o de policial-em-chefe da França. O presidente suspendeu seus compromissos de campanha e compareceu ao local do ataque que matou três crianças e um professor em Toulouse. Ele pediu um minuto de silêncio em escolas de todo o país, e reuniu líderes judeus e muçulmanos no seu gabinete. Como fizeram então o presidente George W. Bush nos Estados Unidos, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, e o premiê norueguês, Jens Stoltenberg, após o massacre de Oslo, em agosto passado, Sarkozy buscou palavras e gestos que manifestassem choque, determinação e unidade nacional. "Toda a república se sente preocupada", disse Sarkozy a alunos de uma escola de Paris onde participou de um momento de silêncio na terça-feira: "Aconteceu em Toulouse, em uma escola religiosa, com crianças de famílias judaicas. Mas poderia ter acontecido aqui. Essas crianças são como vocês". O cientista político Dominique Reynie disse que o ataque é o tipo de fato imprevisível que pode sacudir uma campanha eleitoral, na qual, ao menos até agora, as pesquisas prevêem a derrota do presidente. "O tom da campanha não pode voltar ao que era", disse ele: "A campanha foi dominada por um tom agressivo e um forte grau de retórica populista. Essa retórica irá cessar porque haverá uma exigência dos eleitores por uma cura".

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