quinta-feira, 1 de março de 2012

Israelenses fecham canais de televisão palestinos em Ramallah

Soldados e funcionários do Ministério de Comunicações de Israel fecharam nesta quarta-feira duas emissoras de televisão em Ramallah, após confiscar equipamentos de transmissão e computadores em diversas batidas efetuadas. A operação aconteceu nas redações da emissora privada "Watan" e do canal "Al Quds", ligado à universidade palestina de mesmo nome, informaram as redes. Além disso, quatro funcionários da "Watan" foram detidos durante algumas horas: o responsável de produção Abdul Rahman Thaher, a correspondente Hamza Salaymeh, o especialista gráfico Ibrahim Milhim e o locutor Ahmad Zaki. "Me prenderam junto com meus companheiros e armaram uma confusão enorme nos escritórios. Ficaram muito aborrecidos ao ver uma foto de Khader Adnan (um preso palestino que ficou 66 dias em greve de fome) pendurada na parede", afirmou um funcionário à agência palestina "Ma'an". Tanto o Exército como o Ministério de Comunicações israelense confirmaram a operação, enquanto o ministro de Telecomunicações palestino, Mashur Abu Daqa, condenou a ação. O porta-voz do ministério israelense, Yejiel Shavi, afirmou à Efe que a transmissão palestina "interferia" nas ondas de rádio e televisão israelenses e na comunicação aérea, o que "poderia fazer com que um dia caísse um avião no aeroporto Ben Gurion", perto de Tel Aviv. "Se os palestinos não fazem seu trabalho, teremos que fazê-lo nós mesmos", disse, após argumentar que a operação respeita os Acordos de Oslo de 1993. Esses acordos preveem que tanto Israel como a ANP (Autoridade Nacional Palestina) devem zelar para que suas respectivas transmissões não gerem interferências, enquanto um comitê técnico de especialistas deve estudar as eventuais questões que surjam. As interferências de emissoras palestinas são uma queixa frequente dos colonos judeus na Cisjordânia, que afirmam ter dificuldades para escutar emissoras em hebraico em suas casas e em seus automóveis. Por sua vez, uma porta-voz militar israelense indicou que a operação foi feita "conforme a lei" e foi dirigida contra uma emissora "pirata" e "após inúmeros pedidos para que se fossem eliminadas as transmissões ilegais". "As frequências utilizadas pela estação interferem em outras, incluindo as de canais legais e a comunicação aérea", acrescentou, antes de relatar que foram confiscados vários transmissores.

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