domingo, 18 de março de 2012

Museu alemão terá que devolver coleção de cartazes confiscada por nazistas

A Corte Suprema alemã ordenou na sexta-feira ao Museu Histórico de Berlim que devolva aos herdeiros de um dentista judeu uma ampla coleção de cartazes, que foi confiscada pelo ministério de Propaganda nazista em 1938 e atualmente é avaliada em mais de US$ 5 milhões. Apesar da família do dentista alemão Hans Sachs ter recebido uma indenização do Estado alemão de US$ 294 mil em 1961, quando a coleção foi dada por desaparecida, os juízes do Supremo germânico consideraram que a propriedade continua sendo da família. Hans Sachs, pioneiro na arte de colecionar cartazes, reuniu mais de 12 mil peças, que passavam pelo modernismo, expressionismo, construtivismo e art déco. A ampla coleção, considerada uma das maiores e mais valiosas do mundo, conta com obras de artistas como Wassily Kandisnky, Otto Dix, Käthe Kollwitz, Max Pechstein e Henry Van de Velde, entre outros. O dentista Sachs e sua família foram detidos na "Noite dos Cristais", em 1938, quando os nazistas incendiaram grande parte das sinagogas na Alemanha e assaltaram de maneira sistemática os comércios dos cidadãos judeus. Após comprar sua liberdade, Sachs partiu com seus familiares para os Estados Unidos e deixou sua coleção de cartazes sob custódia do banqueiro Richard Lenz. Pouco depois ela acabou sendo confiscada pelos nazistas. Após a Segunda Guerra Mundial, a coleção acabou sendo perdida. Mas, nos anos 60, uma parte da mesma apareceu em um porão de Berlim Oriental. Na ocasião, as autoridades comunistas da República Democrática Alemã ordenaram que a coleção passasse a fazer parte dos fundos do Museu Histórico Alemão de Berlim.

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