segunda-feira, 5 de março de 2012

ONU endossa que soldado do caso WikiLeaks sofreu "tratamento cruel"

O soldado americano Bradley Manning, suspeito de ser o informante do Wikileaks, foi submetido a "um tratamento cruel" ao ser mantido em isolamento por meses durante o período em que cumpriu prisão preventiva nos Estados Unidos, declarou nesta segunda-feira um relator da ONU. "Eu acredito que Bradley Manning foi submetido a um tratamento cruel, desumano e degradante constituído pelo isolamento excessivo e prolongado pelo qual passou durante os oito meses em que esteve na prisão de Quantico", declarou Genève Juan Ernesto Mendez, relator especial da ONU sobre a tortura. Durante parte da prisão preventiva que precedeu a acusação por uma corte marcial em fevereiro, Bradley Manning, detido em agosto de 2010, permaneceu em uma prisão situada na base militar americana de Quantico, na Virgínia. Segundo Mendez, o "tratamento cruel" de isolamento ao qual foi submetido o jovem militar começou no final de abril de 2011, antes de ele ser transferido para a prisão de Fort Leavenworth, no Kansas. Manning é acusado de passar para o site Wikileaks, entre novembro de 2009 e maio de 2010, documentos militares americanos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, e 260 mil telegramas do Departamento de Estado, desencadeando uma crise na diplomacia mundial. Ele foi formalmente indiciado por "cumplicidade com o inimigo" por uma corte marcial em 23 de fevereiro, na base militar de Fort Meade, Maryland. O soldado, de 24 anos, também foi acusado de "incentivar a publicação de informações na internet, sabendo que seriam acessíveis ao inimigo", "roubo de propriedade e arquivos públicos", "utilização de programas não-autorizados com informações confidenciais" e ainda "violação das regras das Forças Armadas". Se for considerado culpado em seu julgamento, cuja data ainda não foi marcada, Bradley poderá ser condenado à prisão perpétua.

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