quinta-feira, 12 de abril de 2012

Agnelo Queiroz admite encontro com Carlinhos Cachoeira

O governador Agnelo Queiroz (PT-DF) reconheceu nesta quinta-feira, por meio do porta-voz do governo do Distrito Federal, que esteve uma vez com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado por suspeita de comandar um esquema de jogo ilegal. Segundo disse à Folha o porta-voz do governo, Ugo Braga, o encontro ocorreu "em 2009 ou 2010", quando Agnelo exercia cargo de direção na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em Brasília. Segundo o porta-voz, um grupo de proprietários de indústrias farmacêuticas recebeu Agnelo durante uma visita a um laboratório na cidade de Anápolis (GO). No grupo estava Cachoeira, que também participou da conversa com o hoje governador. "Conversaram sobre amenidades, com o grupo todo", disse Braga. Segundo o governo, o objetivo da conversa foi "uma visita de cortesia". De acordo com a investigação da Operação Monte Carlo, desencadeada em fevereiro pela Polícia Federal, Cachoeira comanda um laboratório farmacêutico, Vitapan, sediada em Anápolis, registrado em nome de sua ex-mulher. O porta-voz do governo, contudo, disse que não foi essa a empresa visitada por Agnelo. O governador afirmou, segundo o porta-voz, não se lembrar do nome correto da empresa visitada. Pressionado pela operação Monte Carlo, Agnelo fez hoje um movimento político para mostrar que, apesar da crise, tem o apoio dos partidos aliados. Após reunião com o governador, 19 deputados da Câmara Distrital, de um total de 24, divulgaram uma nota em que declararam confiança na gestão do petista. "As práticas criminosas não têm vez no governo Agnelo", diz trecho da nota. Na noite da última terça-feira, o chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, deixou o cargo após a revelação de que seu nome, segundo a investigação, aparece ligado ao esquema do grupo de Cachoeira. A Folha revelou nesta quinta que diálogos telefônicos interceptados pela Polícia Federal sugerem que a construtora Delta, uma das maiores do país, pagou propinas para receber pagamentos por serviços prestados ao governo do Distrito Federal. A Polícia Federal sugere que, em outra conversa gravada, o próprio Agnelo pediu para conversar com Cachoeira. O terceiro-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que atua para Cachoeira, diz que o "zero-um", o "Magrão", quer falar com ele. Além disso, um ex-assessor de Agnelo, o policial civil Marcello Lopes, o Marcelão, é investigado por ligação com um esquema de interceptação ilegal de e-mail.

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