domingo, 29 de abril de 2012

Cachoeira queria levar senador para conhecer Berlusconi

As escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal mostram que o empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tinha uma atuação diversificada. O empresário, segundo o inquérito que está no Supremo Tribunal Federal, tentou articular uma visita do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) à Itália, a convite do primeiro-ministro Sílvio Berlusconi. O empresário também recebia muitos pedidos exóticos, como conseguir um estágio para o filho de um amigo na equipe Ferrari. Em 16 de junho, Cachoeira conta para Demóstenes que a visita do senador à Itália estava prosperando. Combinam como fazer para Demóstenes ser convidado pelo governo italiano. "A Deise é amiga do Berlusconi. Ela vai estar lá no Palácio, ela vai falar. Como você gostaria que fosse? Um convite dele?", pergunta o empresário. "Pode ser, eu vou na hora", responde o senador. Cachoeira orienta o amigo: "Ele te convidando, você tem que chamar a imprensa nacional. Aí, você pede desculpa, né? Em, nome do povo brasileiro". Demóstenes se anima: "Faço isso com todo o prazer". A conversa foi gravada uma semana após a libertação do terrorista italiano Cesare Battisti, que causou um mal-estar diplomático entre Brasil e Itália. Em outra conversa, Cachoeira fala com Gleyb sobre a viagem de Demóstenes: "Ele vai pedir desculpa em nome do povo brasileiro. Mas o convite tem que ser do Berlusconi, com passagem para ele ir". Os assuntos são variados. No dia seguinte, Demóstenes pede para Cachoeira viabilizar uma forma de trazer da Argentina uma mesa de jantar que sua mulher, Flávia, quer comprar. O empresário diz que ele pode comprar. Em 5 de junho, um homem identificado como Ibraim pede que Cachoeira tente aproximar um amigo dele do piloto brasileiro de F-1 Felipe Massa, para colocar um filho como estagiário na Ferrari.

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