sexta-feira, 20 de abril de 2012

Delta suspende repasse de recursos para obras de reforma do Maracanã

A construtora Delta, denunciada por suas ligações com Carlinhos Cachoeira, parou de fazer repasses ao consórcio que cuida da reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Nos últimos dias a empresa deixou de aportar cerca de R$ 7 milhões para pagar fornecedores alegando problemas no fluxo de caixa. Discute-se se a Delta vai deixar o consórcio, que inclui a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Delta e Andrade Gutierrez também estariam insatisfeitas com a margem de lucro da obra, estimada em 5%. O Consórcio Maracanã Rio 2014 e as construtoras não quis se manifestar. A Secretaria de Obras do Estado, responsável pelo contrato, diz não ter recebido comunicado sobre a saída da Delta. Empreiteiras de obras públicas são pagas em geral 60 dias após a conclusão de cada fase. Antes, têm de tocar o trabalho com meios próprios. Na reforma do Maracanã, de R$ 860 milhões, o consórcio já recebeu cerca R$ 320 milhões. Teria agora que entrar com R$ 45 milhões por mês para entregar o serviço no prazo, em fevereiro de 2013. A Delta tem 30% na sociedade e teria de contribuir com R$ 13,5 milhões mensais, em média. A Odebrecht, a maior acionista, tem 49%, e a Andrade Gutierrez, 21%. A Delta já teve problemas na construção do estádio do Engenhão no Rio de Janeiro, inaugurado em 2007. Contratada para a primeira fase da obra pelo então prefeito Cesar Maia (DEM), a empresa não fez a articulação entre as paredes e a cobertura do estádio, esta encomendada a um consórcio entre OAS e Odebrechet.. César Maia diz que o consórcio alegou que a Delta não tinha tecnologia para fazer a articulação, muito sofisticada: "O que fez, fez bem. O que não fez foi decisão da prefeitura". Desde 2007, a Delta é a empresa que mais recebe recursos do Orçamento da União: em 2011 foram R$ 862 milhões. Desse valor 90% vieram do Dnit, a maioria para obras do PAC.

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