quinta-feira, 26 de abril de 2012

Deputados dos Estados Unidos criticam restrições à liberdade de imprensa na América Latina

Em evento na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta quinta-feira, congressistas americanos e especialistas de vários países criticaram duramente os governos latino-americanos pela piora na liberdade de imprensa na região. "Alguns desses líderes latinos podem até ter sido eleitos democraticamente, mas não governam democraticamente", disse Ileana Ros-Lehtinen (republicana conservadora da Flórida), que preside a comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ros Lehtinen, filha de refugiados do regime de Fidel Castro, dedicou boa parte de seu discurso a Cuba, que, afirmou, "segue sendo um modelo de Estado autoritário que persegue todos os seus críticos". Venezuela, Equador, Panamá, Bolívia e Argentina --cuja presidente, Cristina Kirchner, "manipula a compra de anúncios para punir meios críticos ao governo"-- tambem mereceram menções. Cristina Kirchner tambem "tenta silenciar jornalistas e economistas que tentam falar sobre a situação econômica do país", afirmou Ros-Lehtinen. Buenos Aires é regularmente acusada por analistas independentes de maquiar índices oficiais de inflação. Praticamente a totalidade do evento foi dedicada a problemas em países com governos de tendência esquerdista, populista e autoritária. O Equador foi foco especial devido à presença de um ex-presidente (Osvaldo Hurtado, 1981-1984) e dois atuais congressistas de oposição, que acusaram o presidente Rafael Correa de ter eleito jornalistas como inimigos número 1 do Estado. Um dos membros da Assembleia equatoriana, Enrique Herrería, chegou a dizer que há um plano para fraudar eleições e cometer atos antidemocráticos por toda a região. O plano, disse, começou com uma reunião de governistas no Brasil em 1990, alusão à edição daquele ano do Foro de São Paulo, reunião de partidos esquerdistas regionais. O presidente da Bolívia, por sua vez, foi acusado pelos presentes de não ser um governante, mas um líder do narcotráfico devido a sua ligação com os cocaleiros bolivianos. Um dos organizadores do painel, o ex-subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, Otto Reich, afirmou que os Estados Unidos seguirão tentando ajudar os países latinos a reagir contra ameaças a liberdade de imprensa.

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