quarta-feira, 25 de abril de 2012

Elizabeth 2ª reinaugura o histórico veleiro Cutty Sark

Clipper Cutty Sark
A rainha Elizabeth 2ª e seu marido, o duque Philip de Edimburgo, assistirão nesta quarta-feira à reabertura oficial do histórico veleiro Cutty Sark, gravemente danificado por um incêndio em 2007 e que depois de mais de cinco anos de trabalhos de restauração estará novamente acessível ao público. Cerca de US$ 80 milhões foram investido na minuciosa reforma do barco-museu que, desde 1964, está exposto no dique a seco na histórica localidade de Greenwich, considerado patrimônio mundial da Unesco. O Cutty Sark, montado em 1869 na Escócia, é o último exemplar dos "tea clippers", veleiros leves que transportavam carregamentos de chá e outros produtos entre as colônias de ultramar britânicas e a metrópole na segunda metade do século 19. Era conhecido por ter batido um recorde de velocidade, um fator decisivo para este tipo de barco e que contribuiu para o domínio marítimo britânico. Fechado em 2006 para ser reformado devido à corrosão, a embarcação ficou gravemente danificada em maio de 2007 por um incêndio provocado aparentemente por um curto-circuito. O Cutty Sark foi construído em 1869, em Dumbarton, Escócia, nos estaleiros Scott & Licon, com projeto de Hercules Lincon. O Cutty Sark foi lançado em 22 de novembro do mesmo ano. O início da carreira do Cutty Sark não foi dos mais promissores. Na corrida do chá de 1872, contra o clipper Thermopylae, ambas as embarcações largaram juntas do porto de Xangai, em 18 de Junho, mas o Cutty Sark foi ultrapassado duas semanas depois, após sofrer uma avaria no timão ao passar pelo estreito de Sunda. Chegou a Londres em 18 de Outubro, uma semana após o seu rival. Apesar de ter perdido a disputa, o Cutty Sark obteve reputação à época porque o seu comandante preferiu prosseguir a viagem com um timão improvisado a deter-se em um porto para efetuar os reparos necessários. No final do século XIX os clippers foram substituídos pelos barcos a vapor na rota do chá. Estes últimos podiam passar através do canal de Suez e, além disso, a entrega da carga era mais garantida. O Cutty Sark foi destinado então ao comércio de lã com a Austrália. Sob o comando do respeitado capitão Richard Woodget conseguiu transportar cargas de lã em apenas 67 dias. Neste período, conseguiu a sua melhor marca, 360 milhas náuticas em 24 horas de navegação, a uma média de 15 nós. Em 22 de Julho de 1895, foi vendido à empresa portuguesa Joaquim Antunes Ferreira & C.ª, por 1.250 libras esterlinas, sendo rebatizado como "Ferreira". A sua tripulação portuguesa referia-se ao clipper como "Pequena Camisola", que é a tradução da expressão escocesa "Cutty Sark". Em 1916 foi profundamente reformado, transformado em goleta no porto da Cidade do Cabo (África do Sul) e rebatizado como "Maria do Amparo". Em 1922 o capitão Wilfred Dowman adquiriu a embarcação, devolveu-a ao seu aspecto original e destinou-a a embarcação de recreio. Em 1954 foi levado a Greenwich, no Sudeste de Londres, e colocado em doca-seca. Ao final do século XX conservava-se como um barco-museu, sendo uma das principais atrações turísticas daquele bairro londrino. É um dos pontos de passagem obrigatório durante a Maratona de Londres. No início do século XXI, encontrava-se em processo de restauração, em sua doca-seca em Greenwich, ao custo estimado de 25 milhões de libras esterlinas. Uma etapa do projeto previa elevar o casco do mesmo na doca a cerca de três metros de altura, para a construção de museu que permitisse aos visitantes observar o seu casco por baixo. Entretanto, com o devastador incêndio de 21 de maio de 2007, foi necessário um aumento de 5 a 10 milhões de libras esterlinas para que o navio pudesse ser restaurado. Em junho de 2008 foram doadas as 3,3 milhões de libras esterlinas que faltavam para a restauração total da embarcação.

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