sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ministro do Supremo dá à CPI acesso a inquérito sobre Demóstenes

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, relator do inquérito que tramita na Corte para investigar as relações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, autorizou nesta sexta-feira que três comissões do Congresso retirem cópia integral dos autos da investigação. As comissões que tiveram acesso autorizado ao inquérito são a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada nesta semana no Congresso para apurar as relações do bicheiro com agentes públicos e privados; o Conselho de Ética do Senado, que também investiga se houve quebra de decoro parlamentar por parte de Demóstenes na relação com o contraventor; e a Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados. Dois deputados federais (Carlos Alberto Leréia, do PSDB-GO, e Sandes Júnior, do PP-GO) são alvos de apuração de suposta irregularidade nas relações deles com Cachoeira. Na decisão desta sexta-feira, o ministro Lewandowski alerta para que os parlamentares observem “restrições de publicidade” devido ao segredo de Justiça do processo. O ministro se baseou em casos semelhantes em que, apesar do sigilo, o Supremo compartilhou informações para viabilizar investigações. De acordo com a legislação brasileira, quebrar o segredo de Justiça é crime com pena prevista de dois a quatro anos de prisão e multa. A lei é citada na decisão que autorizou aos parlamentares o acesso ao inquérito. Lewandowski fez referências explícitas às interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que prendeu parte do grupo de Cachoeira. Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, indicam que o senador teria usado o mandato para beneficiar o bicheiro. As suspeitas levaram à abertura de processo no Conselho de Ética do Senado para apurar se houve quebra de decoro parlamentar por parte do senador goiano.

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