domingo, 1 de abril de 2012

Polícia investiga grupo soldados da Brigada Militar suspeitos de formar uma milícia no Rio Grande do Sul

Demorou, mas chegou ao Rio Grande do Sul. Um grupo de membros da Brigada Militar está sendo investigado por formação de mílicia, grupo de extermínio paramilitar, em Alvorada, na região Metropolitana de Porto Alegre. Após seis meses de investigações, os delegados Paulo Prado e Wagner Dalcin, da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Alvorada, acreditam que uma série de assassinatos registrados nos últimos anos teria sido praticada por um grupo de soldados do 24º Batalhão da Brigada Militar. Os suspeitos são todos integrantes de um Pelotão de Operações Especiais, uma espécie de unidade de elite usada em patrulhamentos de risco. Pesam contra eles testemunhos contundentes, gravações de conversas e contradições sobre seus álibis para o momento dos crimes. Dos sete policiais que a Polícia Civil identificou, quatro cumprem prisão temporária de 30 dias solicitada pela promotora Raquel Isotton e decretada pelo juiz Roberto Coutinho Borba. Estão presos os irmãos Marcelo Machado Maier e Márcio Machado Maier, ambos soldados, e os também soldados Charles Alexandre Ávila da Silva e Fernando de Souza e Silva. Os demais, dois homens e uma mulher cujos nomes não foram divulgados, foram afastados do serviço. As investigações apontam esses integrantes do POE do 24º BPM como autores de uma chacina que resultou em quatro mortes, em 13 de julho de 2011, no bairro Salomé. Mas já surgiram indícios de que o grupo teria cometido homicídios em fevereiro e maio do mesmo ano, uma outra chacina em agosto de 2008 e um assassinato em julho daquele ano. Seriam 10 execuções, todas em Alvorada. As primeiras pistas surgiram logo após a chacina de 2011. Os policiais civis de Alvorada receberam um bilhete em papel ofício, com a seguinte mensagem: "Meus colegas no batalhão formaram um 'Esquadrão da Morte'. Ao invés de prender, matam. Não concordo". Uma das vítimas de torturas pelo grupo de extermínio delas assegurou que os assassinatos não eram apenas por ideologia e que os policiais militares mataram por encomenda do traficante Marcos "Pé Podre", da facção criminosa Bala na Cara. O inquérito configura que membros do serviço de inteligência da Brigada Militar, a P2, deram cobertura aos membros da mílicia no planejamento prévio de execuções.

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