segunda-feira, 23 de abril de 2012

PROMOTORES DE JUSTIÇA ESTÃO ENVERGONHADOS OU NÃO? VÃO TIRAR ALGUMA NOTA, OU NÃO?

O chamado "Escândalo do Cachoeira", que já resultou em CPI que começa a funcionar a partir desta segunda-feira, no Congresso Nacional, expôs totalmente o Ministério Público no Brasil. O senador Demóstenes Torres, flagrado em conversas telefônicas (gravações legais, ou ilegais, isso é outra questão) nada republicanas, tinha relações umbilicais com um "empresário do jogo", Carlinhos Cachoeira. Aparentemente, nenhum problema, afinal de contas, brasileiros têm relações com "bicheiros" há muito mais de um século. Parece que ninguém criminaliza relações com a contravenção. Porém, o problema é que o senador Demóstenes Torres é um "Promotor de Justiça", membro do Ministério Público de Goiás. Mais do que isso, ele foi procurador-geral do Ministério Público de Goiás. Não poderia, em hipótese alguma, manter as relações umbilicais que mantinha com o "contraventor". Mais do que isso, não poderia ter tido a sua campanha eleitoral bancada pela jogatina e por dinheiro oriundo da corrupção, e muito menos deveria ter colocado o mandato a serviço dos interesses de Carlinhos Cachoeira e de interesses escusos. Se o ex-procurador-geral do Ministério Público de Goiás agia desse modo, cabe a pergunta: e o restante da Procuradoria Geral de Justiça goiana como está? Seguiu o seu exemplo? Alguma coisa de muito séria acontece no Planalto Central do Brasil, porque o Ministério Público do Distrito Federal também teve sua imagem devastada pelo ex-procurador-geral, procurador Leonardo Bandarra. Ele também foi pego em cenas e ligações telefônicas nada exemplares. Aquela cena exibindo sua silhueta de capacete de motoqueiro na cabeça, para não ser reconhecido pelas gravações das câmeras de segurança da casa da promotora Deborah Guerner, são patéticas. Ele e Deborah foram afastados dos cargos e são processados porque envolveram-se também em negócios nada republicanos com a mesma empresa que agora aflige Demóstenes, a Delta. E ainda a Qualix, que detinha os contratos de coleta de lixo em Brasília, e que foram repassados para a Delta. Ou seja, dois ministérios públicos já foram maculados pela sujeira do lixo, a partir do maior posto de comando. A situação é muito grave, e exigiria manifestações ruidosas de promotores por todo o País, para que deixassem claro a sua discordância com esses comportamentos. Afinal de contas, isso não é atitude digna de fiscal da lei.

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