sexta-feira, 20 de abril de 2012

PT pede a cabeça de Ideli

No dia em que o Congresso deu sinal verde para a CPI que vai investigar a ligação de políticos e empresas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a articulação política do governo Dilma Rousseff foi alvo de fortes críticas por parte da própria base aliada. Sem orientação do Palácio do Planalto, até parlamentares do PT passaram a bombardear o "vazio" na coordenação do governo e, em conversas reservadas, disseram temer o preço que será cobrado pelo PMDB na CPI. "A presidente Dilma está muito bem, mas a articulação política do governo é muito fraca e amadora", atacou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Favorável à investigação, ele se surpreendeu ao saber que o Planalto deflagrou uma operação para controlar a CPI e evitar desgaste, já que a Delta Construções, suspeita de injetar dinheiro em empresas de fachada ligadas a Cachoeira, é responsável por obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A bola da CPI está quicando há duas semanas e ninguém do governo conversou com a gente", reclamou Lindbergh. Depois de Dilma se irritar com um vídeo no qual o presidente do PT, Rui Falcão, vinculava a CPI à estratégia petista para neutralizar o escândalo do mensalão, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) pediu cautela ao partido. Na terça-feira, ela conversou com Falcão. O governo avalia que a direção do PT foi precipitada ao tentar desviar o foco do mensalão. Falcão, porém, só divulgou o vídeo de apoio à CPI no site do PT após reunião com o ex-presidente Lula. Para Lula, a CPI ajudará a desvendar o que ele chama de "farsa do mensalão".

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