terça-feira, 24 de abril de 2012

Revelações feitas por reportagem de VEJA leva Câmara do Distrito Federal a criar CPI da Arapongagem

Do jornalista Reinaldo Azevedo - A VEJA da semana passada trouxe à luz mais um caso escabroso: foi montada uma central de arapongagem no governo do Distrito Fedral, e seu comando está na Casa Militar do governador Agnelo Queiroz, do PT. É… A VEJA é aquela revista de que alguns poucos, muito poucos, não gostam porque beneficiários diretos ou (i)morais de falcatruas. Agnelo, recorrendo a seus métodos conhecidos, fez de tudo para impedir a instalação de uma CPI na Câmara Distrital para investigar o caso. Nas ações mais amenas, ofereceu cargos para tentar impedir a criação da comissão. Desta vez, não deu certo. Se a CPI vai chegar a algum lugar, vamos ver. Em tese, o governo tem a maioria. Já se sabe que o esquema ilegal investigou adversários, jornalistas e, pasmem!, até aliados do governador… É difícil imaginar, convenha-se, que algo assim se instale sem que Agnelo saiba. Mas só a lógica não basta nesses casos. É preciso obter a prova. Caso ela apareça, não há como este senhor permanecer no governo. Intramuros, a cúpula do PT já pensa cenários para uma eventual renúncia de Agnelo e de seu vice. Caso ela se dê antes do término do segundo ano de mandato, é preciso fazer uma nova eleição; se acontecer depois, aí caberá à Câmara Distrital esoclher o novo governador, em eleição indireta. A única coisa que o governo conseguiu foi diluir um tantinho o objeto da CPI. Para todos os efeitos, ela vai investigar violações de sigilo desde 2006, como se o problema não estivesse mesmo no governo Agnelo. Leia o que informa Lúcio Vaz na Folha Online: A Câmara Legislativa não atendeu aos apelos do governador Agnelo Queiroz (PT) e criou hoje a CPI da Arapongagem, destinada a investigar a violação do sigilo telefônico, telemático e ambiental de autoridades, servidores e jornalistas no Distrito Federal a partir de 2006. Horas antes da coleta das 11 assinaturas, o Diretório do PT no DF emitiu nota orientando os seus deputados distritais (5) a não assinar o pedido de CPI, que teria por objetivo “arrastar o governo petista para o centro das denúncias reveladas pela Operação Monte Carlo”. O presidente da Câmara, Cabo Patrícío (PT), estremecido com o governador após a demissão de um afilhado seu no governo, não atendeu ao pedido e assinou o requerimento apresentado pela oposição. “Sou militante do PT e presidente do Poder Legislativo. Vou manter a mesma firmeza que mantive à frente das investigações da Operação Caixa de Pandora”, justificou, referindo-se à CPI que investigou o ex-governador José Roberto Arruda. Enquanto os deputados se reuniam na presidência da Casa, o deputado Israel Batista (PDT) anunciava o seu afastamento do governo de Agnelo, atendendo a recomendação da direção nacional do partido. Saem junto com ele o secretário do Trabalho e o administrador do Lago Norte. O líder do governo na Câmara, Wasny de Roure (PT), confirmou a ação de Agnelo contra a CPI: “Não sou hipócrita. Ele pediu para que não assinássemos. Não por receio, mas por causa da turbulência que haverá”, disse o líder. Ele afirmou, porém, que a Câmara não terá condições de fazer a investigação proposta: “Poderá ser mais um processo pífio, de ridicularização da Câmara. Essa seria uma tarefa para a Polícia Federal”.

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