quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vale reavalia bilionário projeto de potássio na Argentina

A Vale está reavaliando o projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, um dos maiores empreendimentos já aprovados pelo seu Conselho de Administração. O valor do empreendimento é de US$ 5,9 bilhões, com investimento total executado de US$ 1,1 bilhão. A produtora de minério de ferro, que espera se tornar um dos principais fornecedores de fertilizantes nos próximos anos, decidiu revisar o projeto devido a preocupações com inflação, incertezas políticas e temores com relação a impostos, infraestrutura e à política cambial, disse nesta quinta-feira o presidente da Vale, Murilo Ferreira. Com a nova posição, o projeto que era considerado definitivo e com obras em andamento, passa a ter um cenário incerto. O executivo afirmou que a empresa já estava reavaliando o projeto antes mesmo da expropriação da YPF, petrolífera controlada pela Repsol. A decisão provocou uma crise sem precedentes entre Argentina e Espanha, além de levantar incertezas entre as multinacionais que atuam no país. Com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2014, Rio Colorado teve investimentos iniciais previstos em mais de US$ 4 bilhões. "Temos um elenco de situações em relação ao porto, à ferrovia, à atual politica cambial, a impostos, tem uma serie de elementos", acrescentou Ferreira. O projeto de potássio da Vale poderia converter a Argentina em um dos cinco maiores produtores globais do produto, matéria-prima importante para a produção de fertilizantes. "Temos o dever de levar a nosso Conselho de Administração permanentemente todos os assuntos que estejam sofrendo alteração do que tenha sido apresentado anteriormente. Portanto esse projeto foi aprovado, eu não estava aqui ainda, mas é meu dever de ofício fazer atualização sobre isso". O anúncio da Vale sobre a reavaliação do projeto ocorre quase um ano depois de a província de Mendoza, onde estão as reservas de potássio, ter suspendido o empreendimento. Os motivos para a suspensão seriam que a mineradora não teria cumprido alguns itens contratuais, como a realização de compras locais e a contratação de trabalhadores na região. Posteriormente, houve um acordo para a Vale seguir adiante com o projeto, que compreende o desenvolvimento de reservas com capacidade de 4,3 milhões de toneladas de potássio por ano. O projeto prevê também a construção de uma ramal ferroviário de 350 quilômetros e instalações portuárias. A meta da Vale é se tornar um dos quatro maiores fornecedores de fertilizantes, com projetos também no Brasil, Peru e Canadá.

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