quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ameaça põe em alerta Consulado de Israel em São Paulo

O governo israelense, com base em informações sigilosas, alertou o Consulado-Geral de Israel em São Paulo para a possibilidade de um atentado do grupo terrorista islâmico libanês Hezbollah na capital paulista. A representação diplomática entrou em estado de alerta. O cônsul israelense, Ilan Sztulman, confirmou ter recebido instruções de seu governo para reforçar a segurança nos arredores do consulado e nas instituições judaicas paulistas. Ele mesmo declarou ter alterado a rotina e cancelado compromissos por motivos de segurança. "Estamos temerosos e com cautela. Tomamos medidas de precaução extrema no trabalho do consulado e de entidades da comunidade judaica", disse ele nesta quarta-feira. Sztulman afirmou que o governo brasileiro já foi informado sobre a possibilidade de um ataque terrorista e reforçou a segurança nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos: "Temos indícios de que o Hezbollah pretende retomar ataques na América Latina. O Brasil é um dos países que correm risco. Quando me dão o alerta, não dizem o que é exatamente. As fontes de informação são sigilosas. Recebi informações sobre um risco maior, com um pedido de providências para aumentar a segurança". O andar ocupado pelo consulado, em um edifício na zona sul paulistana, está sob intensa vigilância. Para entrar no local, blindado por uma porta de vidro na entrada principal, é necessário passar por detalhada revista, que inclui a utilização de detector de metais em cada objeto pessoal, incluindo agasalhos, cinto e canetas. Não é permitido o ingresso com mochilas ou sacolas, nem mesmo na sala de segurança. Aparelhos eletrônicos ficam retidos e só podem ser retirados no momento da saída. Na semana passada, o jornal italiano Corriere della Sera destacou que fontes de alto escalão do governo israelense confirmaram a chegada de membros do Hezbollah, com apoio do Irã, à América do Sul. Segundo a reportagem, a Bolívia e a Colômbia seriam outros possíveis alvos. Para reafirmar seu temor, Sztulman lembrou os atentados nos anos 90 lançados contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixou 29 mortos, e a entidade judaica Amia, que matou 85 pessoas. Israel e Estados Unidos atribuem as ações ao Hezbollah e afirmam que o grupo recebeu apoio financeiro do Irã, que nega as acusações.

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