segunda-feira, 21 de maio de 2012

Casino tem desafio de manter crescimento do Pão de Açúcar sem Diniz

A cerca de um mês de assumir o comando do Grupo Pão de Açúcar, o Casino tem pela frente o desafio de provar sua estratégia ao mercado a fim de não deixar a maior rede varejista do Brasil perder terreno e competitividade. Na segunda-feira passada, o grupo varejista francês exerceu a opção de compra de ações ordinárias da Wilkes, holding que controla o Pão de Açúcar. A operação que lhe garantiu a maioria das ações com direito a voto. Na ocasião, o Casino também enviou uma notificação ao atual presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, informando-o da decisão de nomear Jean Charles Naouri, presidente-executivo e do Conselho do grupo francês, como chairman da Wilkes. As movimentações traçam um cenário em que Diniz passa a ocupar papel secundário na companhia fundada por seu pai e conduzida e liderada pelo empresário há décadas. Em meados do ano passado, Diniz teve as relações com Naouri fortemente abaladas após tentar unir o Pão de Açúcar às operações brasileiras do Carrefour, arquirrival do Casino na França. "O maior risco é societário, com a possível saída de Diniz e de alguns conselheiros", diz Vincent Baron, sócio-diretor da Naxentia, consultoria especializada em transições críticas, fusões e aquisições. "A dúvida é se Diniz fica no Conselho. Terá de haver uma moeda de troca", disse. Ele aponta que o desgaste causado por questões societárias pode resultar em incerteza maior quanto à política de crescimento do Pão de Açúcar, o que pesaria nas suas ações. Com a possibilidade de o empresário brasileiro perder espaço no grupo, as atenções do mercado se voltam para como o Casino pretende manter o ritmo de crescimento e a liderança da companhia, algo conquistado principalmente via aquisições, uma das principais características do perfil de Diniz.

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