terça-feira, 29 de maio de 2012

Demóstenes confirma que Cachoeira pagava sua conta de rádio Nextel

Em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) confirmou nesta terça-feira que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pagava as contas do rádio Nextel que o parlamentar recebeu de presente do empresário. Ao ser questionado pelo relator Humberto Costa (PT-PE) sobre o presente, Demóstenes disse que as contas não ultrapassavam R$ 50,00. Ele também admitiu que Cachoeira pagou os fogos de artifício usados na formatura de sua mulher, Flavia, assim como comprou um som para o senador no valor de R$ 27 mil: "Ele comprou, mas não entregou. Entregou parte do som. Eu encomendei porque ele ia sistematicamente aos Estados Unidos, mas vou pagar". O senador também admitiu ter encomendado uma mesa a Cachoeira, vinda da Argentina, que não chegou ao País por "problemas alfandegários". O senador confirmou ser sócio da empresa Instituto Nova Educação Ltda, da qual também é sócio o empresário Marcelo Limírio, com quem Cachoeira também mantém sociedade em outra empresa. Mas negou ter qualquer relação empresarial com Cachoeira. "Eu tenho conhecimento que o Marcelo é milionário, uma figura das mais respeitadas em Goiás, é empregador, homem de bem e honrado, decente. E isso prova que o senhor Cachoeira era tido em Goiás como um empresário, um homem comum". Demóstenes disse que conheceu Cachoeira quando foi secretário de segurança de Goiás, entre janeiro de 1999 e março de 2002. Mas repetiu, ao longo do depoimento, que não tinha conhecimento de ilegalidades cometidas pelo empresário. O senador sustentou que, assim como no discurso que fez no plenário no dia 6 de março, não conhecia os negócios ilegais conduzidos por Cachoeira até as denúncias contra o empresário se tornarem públicas: "O discurso foi feito dia 6 de março. Eu tive conhecimento das ligações telefônicas depois desse dia". Demóstenes se irritou quando Costa fez questionamentos sobre suas ligações com o sargento da Aeronáutica Idalberto Ferreira de Souza - conhecido como Dadá - que seria integrante da suposta organização criminosa comandada por Cachoeira. Mas admitiu que se encontrou várias vezes com o sargento em seu gabinete. "Mais vezes até que essas oficiais que o senhor tem", disse a Costa. "O Dadá tinha relacionamento com todo mundo. Ele é fonte de muita gente, incluindo jornalistas", afirmou Demóstenes. Ele negou ter a informação de que Dadá seria um dos principais operadores de Cachoeira, assim como Gleyb Araújo: "Confesso que fiquei surpreso porque a função dele que nós conhecíamos era de um leva e trás. Ele veio duas vezes aqui no Senado para trazer cabo de som que eu tinha encomendado". Segundo Humberto Costa, Gleyb foi flagrado indo pelo menos duas vezes ao gabinete de Demóstenes e Dadá, outras oito vezes.

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