quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dilma se reúne com Mantega e adia reunião de conselho político

A presidente Dilma Rousseff transferiu para esta quinta-feira a reunião com o conselho político, prevista para ocorrer nesta quarta-feira. Dilma receberia os líderes dos partidos governistas para discutir medidas econômicas que permitiriam baixar ainda mais as taxas bancárias e poderia incluir na discussão mudanças na remuneração da caderneta de poupança. A presidente se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na pauta, a discussão da mudança da caderneta de poupança. Hoje, os depósitos em caderneta de poupança são remunerados por uma taxa de juros prefixada de 0,5% ao mês --equivalente a 6,17% ao ano-- aplicada sobre os valores atualizados pela TR (Taxa Referencial). O tema é polêmico porque tradicionalmente a poupança é um investimento seguro e muito procurado, mesmo que o rendimento não seja de grande expressão. Com a queda da Selic, a poupança --que é um investimento em renda fixa, com baixo risco e no qual o investidor não paga taxas nem imposto de renda-- fica mais interessante para o investidor. Isso pode gerar um desequilíbrio e aumentar o fluxo para a poupança e, consequentemente, diminuir para os investimentos em renda variável. Com essa migração, investimentos no mercado financeiro, como a Bolsa de Valores, podem ter a sua procura reduzida. No dia 18, o Banco Central reduziu a taxa em 0,75 ponto percentual e deixou a porta aberta para mais cortes ou uma estabilização em 9%. Com a redução, os juros reais (Selic menos a inflação) caíram para 3,3%. Em 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a propor mudanças neste tipo de investimento quando os juros atingiram 8,75% ao ano, gerando o risco da migração de aplicações em fundos e títulos públicos para a caderneta. O objetivo da alteração da tributação é evitar a migração de recursos do mercado e proteger a rentabilidade da poupança mesmo com a queda nos juros.

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