quinta-feira, 17 de maio de 2012

Grécia vive corrida bancária

Os bancos da Grécia sofreram neste início de semana grandes retiradas de dinheiro, que chegam a mais de 1,2 bilhão de euros (R$ 3 bi), de acordo com informações que vazaram e foram obtidas pelo "Financial Times". O montante por enquanto representa menos de 1% do total de depósitos bancários, mas o movimento mostra a preocupação dos poupadores com a frágil situação do país e com a possível saída da Grécia da zona do euro. Parte do dinheiro pode estar sendo enviada para fora do país. O presidente Karoulos Papoulias contou que o Banco Central da Grécia vê a situação com bastante preocupação. George Provopulos, que preside o banco, ainda não detectou um cenário de emergência, mas teme que "o medo acabe evoluindo para o pânico". "A solidez dos bancos é muito pequena neste momento", anotou Provopulos. Além de toda confusão interna, o Banco Central Europeu anunciou que não fará mais empréstimos para quatro instituições gregas, justamente pela falta de capitalização dos bancos. Assim, as instituições poderão recorrer só ao Banco Central da Grécia para lidar com suas operações rotineiras, em um procedimento chamado de "auxílio emergencial de liquidez". As eleições parlamentares do dia 6 de maio no país foram inconclusivas, e as negociações entre os partidos políticos não surtiram efeitos para que uma coalizão de governo fosse estabelecida. Desse modo, a Grécia terá novas eleições em meados de junho. Até lá, o país será governado de maneira interina pelo presidente do Conselho de Estado (a mais alta corte para assuntos administrativos), o magistrado Panayiotis Pikrammenos, de 67 anos. O seu governo terá poderes bastantes restritos, e não poderá tomar decisões políticas, basicamente sendo responsável apenas pela convocação da próxima eleição. Por causa do impasse político, os líderes da comunidade internacional vêm discutindo a possibilidade de a Grécia sair da zona do euro. Ontem, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, declarou que essa decisão não é a mais importante para o continente, mas, sim, seus reflexos sobre Espanha, Itália e outros países que vêm implementando reformas estruturais.

Nenhum comentário: