terça-feira, 1 de maio de 2012

No Dia do Trabalho, Cuba reafirma mudanças no socialismo

As comemorações de Primeiro de Maio em Cuba nesta terça-feira tiveram o tradicional desfile da massa, mas com novidades: a participação de trabalhadores do setor privado da ilha e a unidade em torno da "atualização" do modelo econômico socialista. O presidente Raúl Castro liderou o ato principal no Dia dos Trabalhadores na Praça da Revolução de Havana, onde ocorreu a marcha. O setor da saúde cubana abriu o desfile atrás de um cartaz com o lema "Preservar e aperfeiçoar o socialismo". No entanto, foi o secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), Salvador Valdés, quem fez o discurso principal, centrado em "reafirmar" o compromisso com as reformas econômicas empreendidas no país. "Os trabalhadores e o movimento sindical são os principais protagonistas na tentativa de materializar a atualização do modelo econômico cubano", afirmou o líder sindical. Valdés reconheceu que a "batalha econômica" não está isenta de "obstáculos e dificuldades" e pediu o aumento da produção e produtividade, além do combate à corrupção e à indisciplina social. O líder também exigiu o fim do bloqueio que os Estados Unidos mantém sobre a ilha há 50 anos e reivindicou liberdade para os cinco agentes cubanos condenados no país. No entanto, o líder sindical não mencionou a reforma trabalhista empreendida no país para diminuir o setor estatal. O governo de Raúl Castro pretende eliminar 500 mil empregos públicos de forma progressiva até 2015. Já foram suprimidos 140 mil postos estatais e, nesse ano, serão mais 110 mil. Uma das alternativas sugeridas aos demitidos é o trabalho autônomo, outra medida das reformas econômicas do general Raúl Castro, que concedeu uma tímida abertura à iniciativa privada. Contudo, a principal novidade do Primeiro de Maio deste ano foi a participação de trabalhadores do setor privado no desfile. Estima-se que 80% desse grupo esteja filiado ao movimento sindical depois da aprovação da CTC de uma política para sindicalizar os autônomos, em 2010.

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