terça-feira, 22 de maio de 2012

Presidente da CPI emprega assessora fantasma no Senado em troca de artigos elogiosos do pai dela

O presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB), contratou como funcionária fantasma em seu gabinete Maria Eduarda Lucena dos Santos, que se diz coautora do hit “Ai, Se Eu te Pego”, cantado por Michel Teló. O emprego foi arrumado pelo pai de Maria Eduarda, o jornalista Adelson Barbosa, que admitiu que a filha foi contratada para receber pelos trabalhos que ele e outros dois jornalistas executariam: publicar reportagens favoráveis ao senador na imprensa local. Barbosa, que trabalha no jornal “Correio da Paraíba”, disse que partiu do senador a sugestão para burlar as normas do Senado. “Quem faz o trabalho sou eu e meus outros dois colegas. O senador, quando convidou a gente para fazer o trabalho, disse que não poderia nomear três pessoas. Ele sugeriu colocar uma pessoa e a gente divide o valor”, contou Barbosa: “Poderia ser no meu nome, ou no de um dos outros dois. Só que eu não podia, porque o Senado exigia não ter outro vínculo de trabalho. Minha filha é estudante e sugeri que fosse no nome dela". Maria Eduarda, de 20 anos, também disse que o pai é quem responde pelo cargo. Ela foi contratada em fevereiro de 2011 como assistente parlamentar com salário de R$ 3.450,00. E é dispensada de comprovar presença. Estudante universitária, ela diz ter criado o “Ai, se eu te pego” numa viagem com colegas à Disney em 2006. A Justiça concedeu liminar em favor dela e das amigas bloqueando o dinheiro arrecadado com a música até que se decida a autoria. A contratação de funcionários fantasmas pode gerar ação por improbidade. O presidente da CPI também emprega no gabinete parentes de políticos e aliados. Ele contratou uma filha do ex-governador peemedebista José Maranhão, a mãe do deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), uma prima do ex-senador Ney Suassuna e uma cunhada de seu primeiro-suplente, Raimundo Lira, com salários que variam de R$ 2 mil a R$ 12,8 mil. O senador emprega ainda a mulher de Carlos Magno, coordenador de comunicação de sua campanha em 2010.

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