quinta-feira, 3 de maio de 2012

Relator pede processo disciplinar contra Demóstenes em conselho

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética da Casa, pediu nesta quinta-feira a abertura de processo disciplinar contra o parlamentar que pode resultar na cassação do seu mandato. O relatório de Costa será votado pelo conselho no dia 8 de maio. No relatório, Costa pede que Demóstenes seja investigado por ter conhecimento de atividades ilícitas do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, assim como por ter atuado no exercício do seu mandato no Senado para "prevalecer os interesses do empresário no ramo de jogos de azar". Para evitar questionamentos da defesa do senador ao seu relatório, Costa fundamenta o texto nos argumentos apresentados pelo senador em sua defesa prévia, assim como na sua atividade parlamentar. "Preferi pecar por excesso a errar por omissão", disse. Costa diz que Demóstenes "faltou com a verdade", o que configura quebra de decoro, ao afirmar que militou contra a legalização dos jogos de azar no País e só mantinha "relações sociais" com Cachoeira, durante discurso feito em março deste ano no plenário do Senado. Segundo o relator, o senador usou o mandato para beneficiar os jogos. Costa disse que Demóstenes deixou de colocar em votação projeto que criminalizava os jogos de azar entre 2009 e 2010, quando foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Demóstenes, segundo Costa, também fez discurso em 2003 defendendo a legalização dos jogos no País. O relator diz que Demóstenes, como ex-procurador de Justiça e ex-secretário de segurança de Goiás, não tinha como desconhecer as atividades de "contravenção" de Cachoeira alardeadas durante a CPI dos Bingos do Senado, em 2006. Outros indícios da quebra de decoro, segundo o relator, são os presentes de casamento e o rádio Nextel oferecidos por Cachoeira a Demóstenes, o que configura "vantagem indevida" ao agente público.

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