terça-feira, 26 de junho de 2012

Acordo com Boeing pode ajudar Embraer a vender cargueiro nos Estados Unidos

A Embraer e a Boeing assinaram um acordo de parceria que poderá representar a abertura do mercado dos Estados Unidos para o KC-390, avião cargueiro brasileiro que está em desenvolvimento e que deverá fazer seu primeiro voo teste em 2014. A Boeing vai ajudar a Embraer no esforço de vendas do cargueiro e também com a troca de conhecimentos técnicos. O acordo é o primeiro na área de defesa desde a assinatura de um memorando de entendimentos firmado em abril e que engloba as áreas militar e civil. A aproximação entre as duas empresas acontece no momento em que o governo brasileiro finaliza o processo de escolha dos caças a serem adquiridos pela Força Aérea Brasileira. Embora o governo brasileiro tenha dúvidas sobre quanto de tecnologia os Estados Unidos estariam dispostos a oferecer se o país optasse pelo Super Hornet (F/A- 18) da Boeing, o fato de a fabricante americana manter laços com a Embraer pode contar pontos a seu favor. A Embraer será a principal beneficiária de um programa de transferência de tecnologia, não importa quem vencer a disputa dos caças da FAB -Boeing, Dassault (França) ou Saab (Suécia). O desenvolvimento do KC-390, um avião bimotor turbofan do porte do Embraer 190, vai demandar investimentos de US$ 2 bilhões. O valor será custeado majoritariamente pela FAB, juntamente com os cerca de 50 fornecedores que vão investir no desenvolvimento de suas respectivas partes e peças. Com capacidade para até 23 toneladas, o KC-390 será o maior avião a ser produzido pela indústria aeronáutica brasileira. A Embraer não via perspectiva para vender o cargueiro para países que fabricam modelos concorrentes, caso de EUA, Canadá, China e Rússia. Mas com a associação com a Boeing, o mercado "endereçável" pode se expandir, explica o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar. A Embraer estima em 2 mil aeronaves a demanda por aviões deste tipo no mundo. Porém, excluindo países que fabricam aeronaves concorrentes ou já operam essas aeronaves, o potencial realista de mercado para a Embraer cai para 700. O KC-390 concorrerá diretamente com o C-130, da fabricante americana Lockheed Martin, avião cujo projeto já tem mais de 50 anos mas que vem sendo atualizado constantemente.

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