sexta-feira, 22 de junho de 2012

CPI não pode terminar em pizza, diz CNBB

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, afirmou nesta sexta-feira que a Igreja e a sociedade esperam que os parlamentares cumpram o seu dever e que a CPI do Cachoeira não resulte em impunidade dos membros do grupo criminoso investigado pela Operação Monte Carlo. Ele ressalvou que não deve haver prejulgamento e que ainda não perdeu a esperança: "Eles estão trabalhando na investigação e nós esperamos que ela (a CPI) cumpra realmente a sua missão e que tudo não termine em pizza". Ele disse ter a mesma expectativa em relação ao julgamento do Mensalão do PT, marcado para começar em agosto no Supremo Tribunal Federal, para que não haja impunidade e o dinheiro desviado seja devolvido aos cofres públicos. Em nota em defesa da ética pública, divulgada após o encontro, a CNBB cobrou tanto do Congresso como do Supremo medidas eficazes para a punição dos corruptos envolvidos nos dois casos. Diante de tantos escândalos, diz a nota, "a sociedade chega mesmo a colocar em xeque a credibilidade das instituições, que têm o dever constitucional de combater a corrupção e estancar a impunidade". Segundo o documento, "o senso de justiça é incompatível com as afrontas ao bem comum que logram escapar às penas previstas, contribuindo para generalizada sensação de que a justiça não é a mesma para todos". Durante o encontro, os bispos lembraram trecho do documento em defesa da ética, publicado há 20 anos, pouco depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, hoje membro da CPI do Cachoeira: "Como não denunciar a grande criminalidade dos que desviam, em proveito pessoal, enormes somas dos órgãos públicos, provocando escândalo e revolta, muitas vezes impotente, da parte dos humildes, a quem estavam destinados esses bens?"

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